5 de Tarsakh de 1488 CV
Os sentinelas os pegaram desprevenidos. Lutando como se não houvesse amanhã, para impedir que os goblins de dentro da caverna fossem ouvidos,
Sora Verthisalthurgiesh e Corrin Greenbottle se jogaram no meio deles.
Entre os goblins estavam os sobreviventes dos ataques. Lutaram ferozmente, estocando e cutilando com seus sabres e os espetando com suas flechas. As criaturas rosnavam e riam com seus dentes serrilhados, parecendo encostas e escarpas de montanhas, pelo jeito irregular que fechavam em suas bocarras.
A ferocidade dos atacantes deixou-lhes muitos ferimentos, mas seus corpos jaziam aos seus pés. Goblins eram afeitos a fugas, mas estes não fugiram. A caverna deveria guardar algo muito importante ou eles tinham mais medo do que havia ali do que morrer…
Armadilhas na caverna
Com a ameaça dos sentinelas goblins encerrada, puderam entrar na caverna, seguindo um fino caminho de pedra ao lado da barreira de estacas que tomava o riacho que da caverna saía. Fálbala encontrou os lobos em uma entrada lateral, presos por uma corrente. Porém, quando tratava de eliminar sua ameaça, Ander Bonecreek observou um goblin à distância dentro da caverna, em uma ponte de corda. Conseguiu eliminá-lo, mas percebeu que a água começava a subir.
Uma torrente veio lavando a caverna. Feralas, o Tatuado que estava na parte seca, conseguiu estender seu cajado para que Ander e
Auriel Coldhand segurassem. Mal puderam se recuperar e lutar contra os lobos, outra torrente veio. Dessa vez estavam mais molhados e em situação pior, se apoiando um contra o outro para não serem levados até as estacas da entrada. Sora, que já tinha um talho na perna, caiu desacordada com a grande onda.
Goblins vieram pelo corredor.
Ammon correu para socorrer a draconata, enquanto as flechas voaram em sua direção. A elfa Fálbala foi acertada e cambaleou para dentro da caverna dos lobos. Os goblins não duraram muito mais.
Uma lembrança e a exploração
Estavam tensos com a situação. Os goblins sabiam que estavam ali e haviam ativado duas armadilhas, liberando as ondas de água. Teriam mais? Estariam se organizando? Pensaram em se separar, dividindo-se entre seguir adiante e enviar alguém para subir pela fresta na parede de pedra, de onde vinha uma leve iluminação bruxuleante.
Ammon interveio, lembrou-lhes de uma história sua, quando estava com outros tormitas em uma situação semelhante. Separar o grupo não era uma opção, deveriam se manter unidos, protegendo um ao outro. Não era a situação de uma parede de escudos, mas seus companheiros o ouviram. Ander enviou seu corvo espiritual, Edgar, pela fresta e concentrou-se em se tornar um com os olhos e ouvidos da criatura.
O bruxo conseguiu ver o que havia acima: uma caverna habitada, com várias caixas marcadas com um símbolo que identificaram ser do carreteiro
Escudo do Leão. Havia ainda um humanoide peludo, maior que os goblins que se colocavam na entrada protegendo-o: um bugbear. Um lobo estava deitado ao seu lado e percebeu Edgar, saltando e o abocanhando. O corvo místico desapareceu e o bugbear estava alerta que os invasores ainda estavam vivos, gritando em goblin palavras de ordem.
Ammon usou seus poderes infernais para projetar sua voz, fazendo-se parecer mais intimidador. A discussão se deu aos berros. Ander percebeu que os goblins que vira pelos olhos de Edgar se movimentavam pela ponte de corda e disparou contra as amarras, fazendo os goblins baterem a cabeça na dura rocha. Outros goblins se juntaram à gritaria, pedindo pela cabeça de
Klarg, o bugbear.
A cabeça de Klarg
Percebendo que os goblins não eram simpáticos ao bugbear, partiram correndo em sua direção pela caverna principal. Ammon liderava a carga e encontrou caixas colocadas como uma barricada. Conseguiu dar um encontrão em uma delas, mas foi recebido em cheio pela maça-estrela de Klarg no rosto. Caído, ferido e com sangue o impedindo de respirar, seu destino estava selado.
O halfling Corrin Greenbottle saltou as caixas e bateu no bugbear com seu cajado, emendando um chute certeiro. Foi atacado pelo lobo Rasgador, defendendo-se. Seus companheiros seguiram o ataque, buscando disparar suas armas no bugbear. O monge tirou o lobo do combate e voltou-se novamente para o bugbear. A flecha de Fálbala selou o destino do goblinóide.
Auriel Coldhand conseguiu estancar os ferimentos de Ammon. Com o bugbear e seu lobo derrotados e o tiefling estabilizado, entreolharam-se. O que as caixas faziam ali? Seriam suprimentos para os goblins ou seriam carga roubada, como os pertences de seus contratantes
Gundren Rockseeker e
Sildar Hallwinter, cujos cavalos serviram como bloqueio na estrada?
Ainda havia os outros goblins na caverna que gritavam pela cabeça de Klarg. Seriam eles aliados, pelo menos momentaneamente, ou ainda teriam que enfrentá-los, com os poucos recursos que ainda estavam disponíveis?
Estavam molhados, feridos, cansados e com o paladino desacordado. Sentiam que a noite chegava, porém, não havia tempo para descansar. Precisavam resolver essa situação e descobrir o que aconteceu com o anão e o humano.
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