As Escolhas

As Escolhas são uma espécie de “evento”, proporcionado pelos Deuses, a fim de dar poder e ceder um desejo a um mortal que tenha sido capaz de transpassar os desafios impostos. Não possuem uma contagem de tempo definida entre uma Escolha e outra, e sua duração também é variável, podendo ser tão longas quanto séculos, ou tão curtas quanto um dia.    

Guerra dos Conceitos

Em tempos primevos, quando o tempo ainda não era medido por Eras, e os Mortais eram um acontecimento novo em todo o Multiverso, alguns desses Mortais eram eleitos como Receptáculos Divinos, representantes dos deuses com quantidades cataclísmicas de poder, mas sua liberdade e ego os levaram à fatídica Guerra dos Conceitos. Ante tal realidade, tais Receptáculos deixaram de existir, e, como forma de proporcionar mais poder aos Mortais, os Deuses “desenvolveram” a Primeira Escolha, um evento que visava dar agência aos seres frágeis que populavam os mundos.  

A Primeira Escolha

Todo e qualquer mortal poderia participar d’A Escolha. Os poucos indivíduos que tinham algum tipo de conexão com o Divino souberam de tal acontecimento assim que foi conjecturado e proposto, mas posteriormente, a palavra da Escolha pôde ser espalhada com a vinda de Aéter, a mais poderosa dos Empyrianos, que foi capaz de cruzar o Véu de Etéria para anunciar aos mundos sobre sua existência, a fim de oportunizar todos que tivessem algum desejo a ser realizado. Durante a Escolha, os mortais competiriam entre si, realizando tarefas a fim de progredir na escalada para ter seu desejo tornado realidade, e no fim, apenas um vencedor poderia existir.  

Tarefas do Divino

Qualquer que fosse o seu desejo, um mortal deveria realizar tarefas, das mais variadas finalidades, e que não necessariamente exigissem força física ou poder de qualquer mortal que se dispusesse a realizá-las. Sua intensidade, quantidade, duração e dificuldade parecem variar conforme a necessidade ou complexidade da tarefa em si.   Pouco se sabe sobre quais foram as tarefas a serem realizadas durante a Primeira Escolha, que durou 75 anos, mas muito especula-se sobre algumas de suas e seus resquícios entre as pessoas:  
  • Diz-se que a primeira tarefa era tão simples quanto declarar conhecer os doze Deuses e seus nomes ou conceitos que lhes diziam respeito.
  • Especula-se que algumas tradições monásticas e bárbaras mais atuais surgiram a partir de um de seus testes, que dizia respeito à conexão do ser Mortal com o Mar Astral.
  • Outros tangenciam que era necessário ir até Anima e voltar, tendo consigo um segredo de um ancestral.
  • Alguns elucubram ainda que um dos testes finais era encontrar uma resposta para uma pergunta quase impossível.
  A realidade é que nenhuma das teorias pode ser provada, visto que a maioria dos participantes morriam, desapareciam, ou simplesmente desistiam.  

A Vitória e a Quebra

Após 75 anos do início da Escolha, um vencedor consagrou-se. Suas características mundanas, como nome e gênero, se perderam pelo tempo, mas é de conhecimento geral que era um Mortal vindo de Domus, um grande mundo com populosos continentes. Seu desejo fora que todos os Mundos do Multiverso se conectassem, de modo que uma pessoa pudesse sair de um e ir para outro, tão simplesmente quanto caminhar. Tamanho foi o impacto do desejo que as conexões não simplesmente “surgiram”, mas quebraram as barreiras dos mundos, causando a Quebra. A partir deste momento, passa a entrar em vigor o que hoje entende-se por Primeira Era.   O vencedor passou a viajar pelos Mundos, agora conectados, e seu último avistamento foi dado antes de adentrar o Labirinto, de onde nunca mais foi visto. Alguns dizem que ele morreu lá, enquanto outros acreditam que ele dominou o Labirinto e conheceu todos os mundos existentes.    

A Segunda Escolha

Diferente de sua predecessora, a Segunda Escolha tinha como objetivo movimentar o Multiverso, uma vez que os Deuses, como conceitos em si, logo, abstrações sem influência física nos mundos materiais, dependiam de mudanças que não poderiam exercer por si mesmos, não tendo livre arbítrio para alterar o coletivo dos mundos. Essa missão cabia aos mortais, então, no 1244º ano da Primeira Era, mais uma Escolha foi iniciada.  

Todos os mundos

Assim como a Primeira, a Segunda Escolha foi aberta a todos os mortais, porém, aqueles com forte ligação com o Divino souberam de imediato. Isso permitiu que grandes clérigos e comunidades fortemente teocêntricas tomassem a dianteira na decisão de um representante ou em sua própria candidatura. Mas, dessa vez, a notícia de que uma nova Escolha estava ocorrendo, se deu pelos Arautos a mando dos próprios deuses. Uma vez que agora, todos os mundos estavam conectados por consequência da Primeira Escolha, a notícia se espalhou cada vez mais rápido. Assim, conflitos entre reinos surgiram até entre mundos distintos para decidirem quem seria o melhor escolhido para ser o representante nessa nova peleja.  

O Conhecedor e o Novo-Antigo Deus

Com uma duração de apenas 3 anos, a mais curta que se tem registro, um vencedor foi decidido. Não sabiam quais foram as provações, mas bocas diziam que o campeão não era exatamente forte, poderoso ou com grandes habilidades mágicas, mas sim um conhecedor. Esse Conhecedor, como popularmente ficou conhecido nas lendas sobre a Segunda Escolha, optou por ser um integrante do Panteão. De fato, apesar das teorias, ninguém sabe qual dos Treze foi o vencedor da Segunda Escolha, dizem que era como se ele sempre estivesse ali, como qualquer um dos outros doze conceitos que se faziam presentes desde o começo dos tempos.    

A Terceira Escolha

A última das Escolhas, e que iniciou também a atual Era em Fragmentos do Céu. Essa também foi a mais longa e mais misteriosa entre todas as Escolhas.  

Escolhidos

Assim como a Segunda Escolha, a Terceira teve o propósito de trazer mudança para o Multiverso, mas diferente das 2 duas primeiras “edições”, essa contou com apenas 13 participantes, um escolhido por cada um dos Deuses, que ficaram conhecidos como Eleitos. Na verdade, não foi exatamente os Deuses que decidiram quem participaria, mas, sim, seus Empyrianos, que apenas por essa ocasião receberam livre-arbítrio pleno, mas com a incumbência de localizarem os mortais que melhor representassem os Conceitos e Domínios de seus Deuses. Então, em 3574 SE, iniciou-se a Segunda Escolha, mas ela tornou-se pública apenas 3 anos depois. Ironicamente, poucos foram os sacerdotes elegidos para a competição.  

Mistérios e Segredos

Em decorrência do número seleto de participantes, essa Escolha é a que se têm menos relatos precisos. Todos procuravam saber quem eram os Eleitos e quando um deles tinha sua identidade revelada, tornava-se um fenômeno do dia para a noite, mas também um alvo. Por conta disso, a maioria dos Eleitos optou por manter-se no anonimato, enquanto outros indivíduos aproveitadores fingiam ser Eleitos em prol de obter vantagens e enriquecer com a mentira. Isso causou um verdadeiro caos nos primeiros anos da Escolha, e crê-se que foi o motivo de sua grande duração, de 115 anos. Há uma miríade de relatos sobre quais tenham sido as tarefas desta Escolha, mas dado a situação toda, discernir quais destes relatos eram verdadeiros e quais não passavam de besteira inventada é uma tarefa impossível mesmo para as maiores Ordens de Historiadores.  

Vencedor e o Desejo Oculto

Assim como tudo sobre essa Escolha, seu vencedor também é desconhecido, assim como também foi seu Desejo. As pessoas da época esperavam que a qualquer momento algo grandioso fosse acontecer, que uma mudança em níveis multiversais fosse ocorrer. Algo de fato aconteceu, em 3689 da Segunda Era, todo o Fluxo estancou, por uma fração de segundo. Isso foi imperceptível para o cidadão comum, mas para conjuradores foi um marco perceptível, mesmo que sutil. Especula-se que isso tenho tido algo a ver com o Desejo Oculto feito pelo vencedor, mas isso jamais foi comprovado. Levou-se alguns outros anos até que os principais Reinos dos Mundos Materiais do Multiverso passassem a adotar a mudança de Era em seus calendários, mas os sacerdotes sabiam que a Terceira Escolha havia encerrado, e por costume, iniciou-se uma nova Era.
Tipo
Metaphysical, Divine