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Ato - 3 - Wyt Crelkr

  • 10/06/842 – 14:20
  • O sol já havia atravessado o céu quando Wyt Crelkr finalmente se aproximou da cidade de Balts , ele tinha ido literalmente de uma ponta à outra do reino para aprimorar seus estudos sobre dragões e a criação do mundo. Ainda do lado de fora era possível ver os guardas em cima dos altos muros de pedra. Entretanto, eles não retribuíam o olhar, estavam encarando fixamente o que parecia ser um tumulto no mercado principal.
  • Wyt não perdeu tempo, endireitou o colete azul sob a pesada mochila abarrotada de itens, ajeitou o cabelo marrom ao redor da orelha, revelando dois brincos prateados, e foi andando apressadamente até a confusão. Ficou bestificado com a cidade, tinha ouvido falar sobre Balts, mas se comparada ao pequeno e distante vilarejo de Yzolo onde ele passara toda sua vida eram como fogo e gelo.
  • Se espremeu por entre as pessoas para chegar até o centro e tudo o que conseguiu ver foi uma draconata azul estrangulando um senhor de idade. Wyt se assustou por um momento, mas, logo em seguida uma garota ruiva o tranquilizou. Ela bateu palmas e falando bem alto avisou para a multidão que aquilo não passava de um teatro. O homem suspirou aliviado, o sangue e a língua para fora do velho quase o convenceram da veracidade da performance.
  • Logo em seguida a multidão se dispersou e Wyt lembrou que sua prioridade era encontrar Muhammed Cooke e a Magos da liberdade, não muito tempo atrás o homem o conhecera em Yzolo e pela primeira vez na vida fez com que o desejo de conhecer novos lugares despertasse dentro do dele. Foi andando na direção contrária à entrada da cidade, observando as lojas à procura de algo ou alguém que pudesse ajuda-lo em sua busca.
  • Não muito depois encontrou uma barraca de adivinhações, sentada em uma cadeira de madeira estava uma senhora ruiva que apesar da idade avançada era incrivelmente bela. Em cima da mesa havia um pano roxo e no centro uma bola de cristal.
  • —Boa tarde, senhora. Meu nome é Wyt. — Começou o homem de forma educada, sua voz não era nem grossa nem fina — Você poderia me informar onde está Muhammed Cooke? Se você… Se a senhora conhece esse nome ou se ele lhe é familiar.
  • —Pelo preço certo eu consigo descobrir para você o que você quiser sobre ele e inclusive sobre o seu futuro. — Respondeu ela com a voz estridente enquanto roía uma das unhas.
  • —Quanto vai custar? – Perguntou rispidamente. Ele não gostou dela.
  • —Por três parcos eu posso prever o seu futuro e por mais três parcos eu posso descobrir sobre outra pessoa.
  • —Mas e só sobre outra pessoa? — Ele pouco se importava sobre seu próprio futuro no momento.
  • —Cinco parcos. — Respondeu a senhora, claramente queria ganhar umas moedas extras e por isso ajustava os preços conforme os clientes.
  • —Não dá pra negociar nã… — A expressão no rosto da mulher dizia que não e ele a odiava cada vez mais. Wyt pensou e contou as poucas moedas no bolso. — Eu quero saber apenas sobre Muhammed Cooke. — Disse decidido.
  • A velha colocou as mãos em cima da bola de cristal e raios azuis começaram a se entrelaçar em seus braços percorrendo todo o caminho até saírem de seus dedos para a superfície esférica cristalina causando um zumbido eletrizante que deixou Wyt assustado por um momento. Pelo menos, fosse o que fosse, aquilo era magia de verdade. Imagens começaram a aparecer no objeto esférico e nelas era possível ver um homem com cabelo crespo, curto, loiro e barba trançada que parecia estar saindo em um navio no porto de alguma cidade, aquele era Muhammed Cooke. Wyt aproximou o rosto procurando por detalhes e a imagem sumiu.
  • —Mais alguma coisa? — Perguntou insatisfeito com o pouco de informação que lhe fora dado. A velha o encarou e estendeu a mão pedindo por mais dinheiro. — Poxa…, mas será que você não tem como…
  • —Não. — Ela parecia menos disposta ainda a ajudar.
  • —Valeu então, tia. — Falou Wyt logo antes de pagar e ir embora. “Cinco contos por essa droga de previsão” Pensou ele. Wyt sempre havia conseguido cuidar de si mesmo sozinho, ele mesmo havia desenvolvido suas próprias magias druídicas no isolado vilarejo onde cresceu, se a velha não queria ajuda-lo, ele acharia Muhammed sozinho. O homem continuou seu caminho, cogitando se teria percorrido todo o reino apenas para se desencontrar com o mago.
  • Perdido em meio aos seus pensamentos esbarrou com um homem de quase dois metros vestindo um sobretudo preto e caiu de costas no chão. O homem de sobretudo o ignorou e seguiu seu caminhou. Wyt levantou e chamou sua atenção:
  • —Desculpa por esbarrar em você. O nome Muhammed Cooke lhe é familiar? — Perguntou o viajante, mas tudo o que obteve como resposta foi um olhar sério e severo que lhe deu um frio na espinha. Logo após, cada um seguiu seu caminho.
  • Wyt tentou perguntar para qualquer pessoa que passasse por ele sobre Muhammed, porém, eles pareciam ocupados demais para se importar. Davam desculpas como “Não tenho tempo” ou “não tenho trocados” sem ao menos ouvir o que o homem tinha a dizer. O druida já estava começando a sentir um misto de raiva e tristeza por estar sendo ignorado, mas foi então que um golias viu a situação de Wyt, como ele estava sendo tratado e foi até ele.
  • —Você tá procurando o Muhammed Cooke? – Perguntou, ele era alto e forte e carregava várias compras consigo.
  • —Sim! Sim! — Respondeu o homem entusiasmado. Mas, preferiu ter certeza. — Loiro de barba trançada? — Seu peito se encheu de ansiedade nos segundos em que o golias demorou para responde-lo.
  • —Sim, ele mesmo. — Sorriu o golias colocando a compras em uma mochila nas costas — Eu estudo na magos da liberdade e se você quiser eu posso te levar lá. Só tô procurando outro garoto que queria ir pra lá também, ele tá usando uma máscara de dragão… eu não acho que vai ser tão difícil de encontra-lo, mas se você tiver como me ajudar… Depois podemos ir pra lá. — Wyt concordou com os termos do golias e ambos procuraram por Asfar por mais algum tempo até encontrarem seu bilhete. — Ah, acho que ele já conseguiu se virar sozinho. Vamos.
  • Ambos foram até a magos da liberdade e o golias entrou sem nem bater na porta, Wyt veio logo atrás e seguiu o corredor com os olhos até ver no final dele Bela , Rima , Bandek e Zacharias. Ele reconheceu Zacharias e Rima do “teatro”, porém Bela estava em sua forma humana.
  • —Esse aqui é o Zacharias da nossa companhia de teatro — Disse a mulher ruiva enquanto usava um baralho de cartas para praticar OAZEZ consigo mesma.
  • —É, ele não tá morto. — Disse bela incerta olhando para Zacharias — Eu acho…
  • —Ele é a nossa estrela. — Sussurrou Rima como se estivesse com medo de acordá-lo. — Foi muito cansativo pra ele hoje.
  • —Érr… foi uma performance…
  • —Muito intensa. —Completou a mulher. Elas continuaram a se desculpar e inventar motivos, mas era desnecessário. Wyt estava totalmente convencido da história do teatro a céu aberto.Zacharias começou a tossir sangue, Rima pegou Wyt pelo ombro tentando distraí-lo e pretendia leva-lo para longe quando Asfar ouviu as pessoas falando e saiu de dentro da biblioteca.

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