S01E26 - As Cavernas da Escuridão, Parte 1

General Summary

E após o acampamento, Latiffa Laqüiin passou a noite sob os cuidados de Muriel . Quando acordaram e preparavam o desjejum, a Guilda da Curtição teve uma visita inesperada: vindo da trilha das montanhas Udrar Kahal, um urso-coruja os espreitava curioso. Latiffa conseguiu se aproximar da criatura, conseguindo afagar seu bico e extrair um pio-gemido de paz. A criatura olhou bruscamente para trás, como se enxergasse algo que ninguém mais poderia ver, e seguiu em seus passos ursinos montanha a dentro. Nilbog Comegatos ficou chateado de perder um grande almoço como aquele.  

O Vale das Cavernas

  Vanael puxou a Guilda seguindo as pegadas do urso-coruja pela vegetação a dentro nas montanhas. Chegaram então a um vale, dividido em 3 camadas pelas elevações montanha a dentro, onde uma fina neblina se mantinha. O som do vento ecoava naquele vale. Era possível determinar um número de cavernas adentrando as rochas, primariamente indo pelas laterais do vale. Seriam estas as Cavernas da Escuridão que o comendador Conaldhan havia falado de onde estariam saindo os goblinóides?   Para Vanael, que havia detectado a trilha de várias pegadas, a resposta era óbvia. Este deveria ser o local onde os goblinóides estavam se reunindo. Kobolds, goblins e marcas maiores de botas estavam ali, pisando na relva do vale. Provavelmente orcs e hobgoblins. A trilha do urso-coruja terminava em uma região de mata mais densa, próxima a entrada de uma das cavernas.  

O lar dos goblins

  A entrada dessa caverna estava marcada com sinais em uma tinta azul. Nilbog identificou como marcas de goblins, mas não dos goblins de sua tribo. Ao que tudo indicava, diversas tribos goblins, orcs e de outras criaturas fazem das Udrar Kahal sua morada. Há quem acredite que essas criaturas brotem da terra, saindo pelas cavernas que pontilham essas montanhas. Não seria diferente com as Cavernas da Escuridão.   Nilbog identificou no túnel de entrada uma posição de vigia. Provavelmente já haviam sido reconhecidos e uma armadilha os esperaria, e o teto baixo e os corredores estreitos só atrapalhariam mais sua busca por respostas. Logo encontraram os sentinelas, goblins esverdeados, com tatuagens índigo em seus corpos, primariamente no rosto, portanto pequenas espadas, vieram correndo pelo corredor à frente e pela passagem atrás, provavelmente tendo seguido pelo túnel do vigia. Não que a luta tenha sido difícil, eram goblins, mas isso não trouxe nenhum sabor de vitória.   Yusuke Suzuki resolveu seguir por outro caminho, discordando de seus amigos que queriam investigar uma escada para um nível inferior que encontraram. Seguiu então para uma sala onde apanhou certos cogumelos, tendo-os identificados como causadores de terríveis diarréias. Enquanto isso, Q’Dor escapava de uma armadilha no topo da escada, mas Vanael era arremessado contra a parede de pedra que findava os degraus.   Bastian subiu pelo túnel do vigia e acabou se encontrando na mesma sala onde Yusuke observava os cogumelos. Foi quando os outros goblins vieram pelo corredor, tentando pressionar os invasores para a saída. A maça de Latiffa e o escudo de Q’Dor, assim como as armas dos outros fizeram pouco caso dessa investida. Poderiam estes ser os mesmos goblins que estavam causando problemas, descendo até as terras de Belars, ou era a Guilda da Curtição que mostrava sua experiência em desbravar masmorras perdidas e enfrentar o desconhecido?   Em uma das salas, encontraram um grupo de goblins fêmeas e suas crias. Nilbog, em particular, estava interessado na chacina deles, gritando para Baden Urquell que tomasse as goblins para eles e que matassem as crianças. Muriel e Latiffa o repreenderam, e mesmo Bastian, que o caminho da vingança e a dor da perda dos companheiros pelas guerras e contra o Bando da Adaga tragavam para a violência, sentiram-se incomodados com tamanha crueldade. Quando inquiridos sobre sua devoção aos Deuses Antigos, perguntados se haveria naquelas cavernas uma estátua dedicada a deuses com cabeça de polvo, uma das crianças adiantou-se e revelou ter visto uma assim na caverna mais adentro do vale.   Deixados os goblins ali, expulsos por canecas, panelas e vasilhas de barro arremessadas pelas criaturinhas insultadas, trancaram a porta com uma das cadeiras e puseram-se a investigar o resto do lar dos goblins.  

A desconfiança cresce

  Quando chegaram na sala onde os guardas que os atacaram nos corredores se reuniam, tiveram um tempo para recuperar o fôlego. Ali foi que tiveram uma discussão. Baden e Bastian crêem que Conde Kahrn é o manipulador daquela situação de guerra por que os Reinos Ocidentais passam. Sua incursão em Belars, da qual a Guilda da Curtição tomou parte na Guerra de Unificação de Volstagrad, o clima de guerra civil e miséria por que os habitantes de Belars Livre passam contra o domínio de Volstagrad ao sul, principalmente o abandono que viram na vila de Pippens, onde resgataram as donzelas raptadas por Malvirdan.   Seria mesmo o Rei Isaris Kestantides o perpretador de todo mal que acontece na região? Para o guerreiro e o halfling, o conde não era tão neutro assim no que acontecia. Já estavam desconfiados de quando ele pediu para recuperar o elmo de Gardaag, um antigo rei bárbaro cujo povo habitava as Terras Marginais e lutava contra os povos dos Reinos Ocidentais.   Nem todos compartilham do pensamento deles, mas sua semente estava plantada. Para o bem ou para o mal, a Guilda da Curtição começava a duvidar de sua missão e as diferenças de opinião poderiam ser o início de sua queda.   Tomaram o fôlego e seguiram adiante.  

O conselheiro moribundo e o trono de ferrugem

  Chegaram então a uma sala trancada, por onde puderam sentir cheiro de incenso. Yusuke destravou a fechadura e Q’Dor a abriu com a violência de um pontapé para encontrarem o trono do rei dos goblins. A sala estava repleta de símbolos rúnicos pintados com a mesma tinta índigo que marcava as tatuagens desses goblins. Quatro vigias estavam ali, armados com o melhor que goblins poderiam ter. Seu rei sentava-se num trono improvisado feito de sucatas, pedaços de armas e armaduras, um trono de ferrugem. Seu papo proeminente dava-lhe dois queixos e seu tamanho atarracado, apenas levemente maior que um goblin normal, talvez por sua gordura, era tudo que o destacava dos outros. Ao lado do trono, uma cama de palha, com incensos, frutas e carnes, oferendas circulando o corpo de um velho goblin que parecia respirar com dificuldade.   Muriel pôs os goblins a terem tremores e não conseguirem olhar seu rosto, invocando forças arcanas que fizeram as tochas da sala bruxulearem e diminuírem o brilho. Sua voz, quase 3 vozes diferentes sobrepostas, ordenaram que largassem suas armas e se pusessem à sua mercê. Os goblins, trêmulos, fizeram uma defesa em volta do velho. O rei Tarra tentou em vão mostrar porque era rei, a magia da maga o fazia falhar em suas palavras.   Tarra disse que haviam sido convocados ali por um homem de poderoso carisma, dizendo que teriam seu lugar ao seu lado se conquistassem as Terras Marginais e além. Quando saíram de seus lares originais para se juntar ao exército do homem nas Cavernas da Escuridão, seu conselheiro, Birra, havia caído doente. Sem os conselhos do velho, não saberiam o que fazer e seguiam o que o carismático homem ordenava. Outras tribos e toda sorte de criaturas seguia seus passos, disse o rei de queixo duplo. Nada haveria de parar sua sede de conquista.


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