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Ato - 14 - Klook

  • 10/06/842 – 16:35
  • Klook, o kenku, conseguiu sem muito esforço se soltar da corda que os invasores haviam usado para aprisiona-los, ele sabia que não deveria ter pego um trabalho tão perigoso, mas para conseguir dinheiro e sustentar sua esposa e seus filhos havia aceitado.
  • Ele reuniu o que havia sobrado dos papéis sobre a mesa em sua saleta dos esgotos e correu de volta para os andares superiores do Castelo dos Krause, passou com calma pela porta escondida e se esgueirou pelos corredores, estavam vazios, aparentemente todos haviam saído do lugar por algum motivo.
  • Klook estava cansado de trabalhar para pessoas más, o terem colocado em um esgoto era a gota d’água, ele era um Kenku, seu sonho era conseguir asas e alçar voo, ou o mais próximo disso, viver em uma torre alta, próxima ao céu, mas um esgoto? Isso era o mais longe que ele poderia chegar. Ele conversaria com seu superior, não queria mais trabalhar para ele, não importava se ele teria de arrumar outro emprego, estava farto.
  • Para sua infelicidade antes que conseguisse fugir esbarrou com Valendra Anthar, a golias o encarou de cima e cada pena de seu corpo se arrepiou.
  • — SENhoRitAAA… Valendra… — Sua voz não pertencia a ele, era apenas uma mistura de ruídos que havia ouvido durante sua vida. — Estava ProcuRANdo a SENHORA. Há INTRUSOS nos esgotos. — Ele não queria denunciar as pessoas que o atacaram, eles haviam poupado sua vida afinal de contas, ele tinha uma dívida eterna com eles, entretanto, se desesperou.
  • —O que está fazendo em público grumete? — Perguntou a golias, sua voz era alta e clara, perfeita para comandar os homens de seu navio durante uma tempestade em alto mar. — Não ligo para suas razões, não pode ser encontrado aqui. — Ela se abaixou para se aproximar dele. — Volte para o buraco de onde saiu.
  • Klook tremeu, mas tomou coragem, apertou os papéis e pergaminhos em suas mãos e os arremessou em Valendra, acertando sua cota de couro.
  • — ArrUme OUTRO para trabalhar Aqui, CHEga! — A adrenalina percorreu seu corpo, ele não fazia ideia do que aconteceria, mas era uma decisão que precisava tomar.
  • Valendra olhou para os pergaminhos que caíam lentamente no chão e acertou Klook no ombro o arremessando do outro lado do corredor. Os olhos da mulher de verde se tornaram completamente negros e ela apenas riu enquanto ia em direção aos esgotos.
  • Ele havia se safado novamente, apesar de ter deslocado o ombro e quebrado algumas costelas. Klook correu para fora do castelo sem olhar para trás. Quando estava a uma distância que acreditou ser segura, seguiu para sua casa, tomando o cuidado de dar várias voltas caso estivesse sendo seguido, mas teve uma infeliz surpresa ao chegar.
  • 13/06/842 – 13:56
  • Fararëyn estava em casa treinando a mira com seus dardos quando bateram em sua porta. Algo muito estranho, primeiro, que alguém lhe procurasse e segundo que soubesse onde ele morava. Ele se aproximou e olhou por um buraco na porta velha de madeira, do lado de fora estava Yella, a phuman-tiefling.
  • Ele suspirou, não deveria ser uma boa notícia, ainda assim abriu a porta e fez sinal para que ela entrasse. Assim que o fez ele fechou a porta atrás dela.
  • —Como você me achou? — Perguntou cruzando os braços.
  • —Bom, não foi muito difícil depois da cena que sua amiga fez no mercado. Só tive que colocar o Urka para te seguir e quando eu precisasse ia poder vir aqui.
  • —Então, Já que você está aqui… — Ele fez um sinal com as mãos para que ela se explicasse.
  • —Eu soube que vocês vão tentar interceptar um navio que vai para Motto, é verdade isso? — Ela parecia esperançosa.
  • —Talvez.
  • — Se for… eu queria pedir que você colocasse eu e mais algumas pessoas dentro do navio, porque eu acho que isso tá muito relacionado com o que aconteceu no coliseu. — O monge ergueu uma das sobrancelhas em dúvida e Yella continuou. — Eu creio que tem toda uma conspiração por trás e esse mago é uma pessoa muito importante nisso tudo, eu queria encontra-lo pessoalmente antes de você… — Ela para e olha para os dardos. — Matar ele.
  • —Por que eu te ajudaria?
  • —Se não por eu ter ajudado vocês, pelas pessoas que podem ser salvas.
  • —Tá. — Suspirou ele. — Você quer ajuda, tudo bem, mas me conta por que toda essa confusão atrás desse mago?
  • —Pelo que eu descobri esse mago descobriu algo que não deveria e parece que tem muita gente disposta a matar para manter isso em segredo. Eu e dois companheiros estamos tentando juntar as peças desse quebra cabeça e ele pode ser uma parte muito importante nisso tudo. Mesmo que ele morra depois, uma conversa de alguns minutos pode esclarecer muita coisa.
  • —Bom, o meu contratante queria alguém, então acho que você tá dentro, mas é melhor você ser rápida, porque seja lá o que a gente for fazer naquele barco eu não costumo a hesitar.
  • —Obrigado. — Ambos combinaram uma história falsa para explicar de onde se conheciam e antes de ir embora ela falou. — Se você precisar de ajuda coloque esse homúnculo na janela e assim que eu puder virei pra ajudar.
  • Assim que ela saiu, Fararëyn foi tomar um banho e depois saiu para procurar por Wrainn.
  • 13/06/842 – 14:14
  • Aswad Morigak martelava na bigorna dando os retoques finais no punhal da adaga feita com joias preciosas e as cinzas de Gudzal quando sentiu uma rapieira em seu pescoço.
  • —Que porra é essa? — Perguntou o ladino pausadamente sem se mover.
  • —É um Kenku. — Respondeu a pessoa e Aswad reconheceu a voz de Fararëyn.
  • —O Que tu quer? — Perguntou mais calmo, não achava que o assassino teria sido enviado para mata-lo
  • —Me dá a arma. — A frase saiu normal, porém a voz era de outra pessoa agora.
  • —Que arma? — Questionou o tiefling, confuso com a mudança repentina na voz.
  • —A sua. — Outra voz novamente.
  • Aswad pegou a adaga ainda incompleta e se virou rapidamente usando a arma para aparar e roubar a rapieira de quem estivesse a segurando. Ficou um tanto quanto surpreso quando se deparou com o Kenku que havia encontrado nos esgotos, ele nem sequer se lembrava do que era um Kenku.
  • Klook se afastou e pegou a primeira arma que viu em uma estante próxima, uma cimitarra.
  • —O que você quer? — Perguntou o ladino.
  • —Eu fui MANdado AquI. — Respondeu o pássaro com vozes misturadas.
  • —Por quem? — Ele apontou a rapieira em sua direção e após hesitar Klook continuou. —Desculpa, EU sÓ queria te DAR um sUSto para me vINgar. VOCÊS me deixaram AMARRADO e eu fiquei dois dias sem me soltar. Se eu VOLTAR me matarão. — Não era exatamente verdade, mas era mais fácil de explicar.
  • —Quem disse que é problema meu?
  • —Eu sei que NÃO, mas posso te ajudar aqui. Você estava INTEREssado nos pERGaminhoS e Eu POSSo Reproduzí-LOS.
  • —Não, obrigado. — Respondeu Aswad friamente.
  • —Tem certeza?
  • —Tenho.
  • —Tudo bem… Posso ficar com a RAPIEIRA?
  • Aswad arremessou a arma na direção de Klook, mas para sua surpresa ele conseguiu pegá-la sem se machucar.
  • —Se PRECISAR de algo meu nome é KLOOK. — Após dizer isso o Kenku saiu da loja.
  • —Tchau, Klook. — Disse o tiefling dando de ombros e voltando ao trabalho.
  • 13/06/842 – 14:20
  • Fararëyn saiu do banho, se vestiu e foi procurar Wrainn, ele não estava no beco usual nem no Quartel de Irëng. O monge foi até o mercado da cidade e procurou por Ygor, o jovem de moicano ruivo que fazia o contato entre ele e o draconato e servia de garoto de recados e faz-tudo de Irëng.
  • Ele sinalizou para o garoto dizendo que deveriam se encontrar do lado de fora da cidade em alguns minutos ambos estavam lá.
  • —Eu preciso encontrar com Wrainn.
  • —Tudo bem, vou avisá-lo e amanhã ele estará no local de sempre no horário usual. — O garoto se mostrou receoso, mas continuou. — Sabe Sergei, preciso lhe dar outra informação, um draconato veio falar comigo, ele disse que se chamava Ungai e estava te procurando. Não sabia se podia revelar informações então fingi que não o conhecia, ainda assim ele insistiu para que se eu te encontrasse, avisasse sobre a situação dos outros… Monges. —Fararëyn assentiu para que Ygor prosseguisse — A Groghilda está treinando em Claravidya, Dleendz foi para Haluda lidar com alguma coisa, Raage está desaparecido e o próprio Ungai pediu para avisar que não poderia ficar muito tempo aqui e que logo sairia.
  • —Bom… Não deixe de manter contato e me atualizar em relação a isso, estou mais que disposto a te pagar um extra.
  • —Ok, obrigado. — Logo em seguida ambos tomaram caminhos separados de volta para a cidade.

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