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Sun 18th Apr 2021 06:16

The breaking of a stone by a spider

by Vargh

Nada parecia real depois de tantas sensações em tão pouco tempo.
 
Para o monge, sempre mantendo sua postura reta e buscando um auto controle que parece inalcançável como o véu de Shar...
 
Ele não entendia exatamente o que destruíram, o destino definido pela moeda talvez não fizesse mais tanto sentido, afinal eles cumpriram todos os objetivos propostos: pelo dragão, Capitã Errde, o stonespeaker Hgraam e até o derro, muito mal encarado, Droki.
 
De alguma forma, como uma aranha tecendo sua teia, um ponto central ajudou a sustentar toda a mirabolante ideia proposta pelo goblin... e tudo funcionou, todos saíram ilesos e, melhor, recebendo recompensas por tudo que fizeram.
 
Apenas o ovo de dragão, o querido "Dollar", que não se safou dessa.
 
No fundo, Vargh queria deixar de lado esse pensamento e raciocínio. Assim como o jovem elfo, o ovo não parecia ter pais e nunca receberia o carinho de uma mãe.
 
Diferentemente do ovo, Vargh tinha o que precisava: Shar.
 
A noite veio e a escuridão envolveu a meditação e o transe foi muito forte, Ela estava satisfeita com ele, as sombras lançadas em seu caminho eram claras.
 
Shar entendera, é lógico. Quando o monge ficara a sós com o dragão, sua despedida foi enigmática e evasiva: ele não queria um confronto real com um monstro gigante e poderoso, apesar de gorducho.
 
Vargh disse o seu adeus comuma mensagem quase enigmática, entendendo que o dragão poderia ser inteligente o suficiente para absorver a intenção real:
 
*"Que Shar ilumine seu caminho!" - Vargh*
 
Uma piada... Shar iluminando algo seria apenas para ensinar a um ser de fogo como é a sensação de se queimar. As sombras são o prêmio e devem ser guardadas aos servos fiéis como ele... por enquanto.
 
E uma recompensa chegara: a Shadow Weaver a entregaria, ele seria capaz de ajudar ativamente a tecer as teias que permitiriam que a luz fosse bloqueada.
Leves, porém firmes o suficiente para sustentar sua jornada.
Envolvido pela teia dos cabelos de Shar, Vargh realmente adormeceu.
 
---
 
A noite se foi, mas Vargh acordou cedo, descansado.
Aproveitou o tempo de descanso dos outros para se dedicar à Shar, agradecer mais um presente e entender mais do Cristal compartilhado pelos Stonespeakers.
 
Quando todos acordaram, apenas flashes passavam aos olhos do elfo. Ele ainda pensava nos cabelos de Shar envoltos, abraçando seu corpo.
 
Droki, um barão, uma pequena viagem se escondendo, um bar, um ser pomposo e estranho oferecendo uma sonhada passagem para a superfície e barcos.
 
Vargh acorda e se vê falando:
- Temos um barco, podemos seguí-lo.
 
Ele acordava de um quase transe, tentara ajudar, mas não pareceu muito bom. Gala reprovara a idéia e o mago, como sempre, aparecera para tentar dar sua opinião também.
 
Vargh olhava para ele e uma nova sugestão aparecia em sua mente:
 
> *"Teste suas novas teias. O presente pode prendê-lo, assim como ele fez com você naquele dia."*
 
Abanando a cabeça e tentando afastar esses pensamentos, Vargh se senta e passa a acariciar a Shadow Weaver. Tanto esforço e suor para recuperá-la... e ver a anã ruiva todos os dias o faz lembrar de um velho conhecido que ainda faz falta ao monge.
Apesar de obnoxious (não queria escrever chato, era mais pra enjoado), Gungnir era um amigo fiel e Vargh reconhece a lealdade sempre.
 
Novamente, ele é retirado de um transe, dessa vez com Huragash e Jimjar comentando sobre a entrada de um outro conhecido no bar: Gorlak, o corrupto guarda que, para Vargh, causara a discórdia entre ele e Lanre, levando-o a ser preso.
 
> *"No fim, tudo deu certo."*
 
> *"Mas ele deve pagar. É arrogante, corrupto. Errde mesmo desconfia de infiltrados na Guarda Rochosa e disse que Gorlak não era flor que se cheire"*
 
Vargh se sente quase como se impelido pelas vozes dentro de sua cabeça e novamente é despertado por Gorlak, que conversa amigavelmente com o barão.
 
Enquanto as vozes disputam no fundo de sua mente, a capitã, imponente, entra com um semblante visivelmente preocupado.
 
Gorlak fora buscar problemas, as ordens eram de patrulhar outra região de Gracklstugh, mas ele entendera que não deveria estar exatamente por aqui e viera causar um pouco do caos que apenas os corruptos têm prazer em criar, sem um fim claro.
 
O desprezo crescia dentro de Vargh, até que as sombras o envolveram através de uma voz animada:
 
- Vargh, essa é nossa chance. Vamos emboscar esse filho da mãe.
 
Quase nunca, a voz do pequeno verdinho soou tão bem em seus ouvidos. Ahman estava sorrindo e animado, Vargh apenas concordou, voltando a encarar Gorlak fixamente e já imaginando o que faria com o pequeno Duergar, como seus ossos quebrariam de dor e ele seria, também, iluminado.
 
Com o carisma que só o goblin possui, todos se direcionaram rapidamente para fora do bar, se despedindo apressadamente após marcar um encontro com o barão para que possam deixar Gracklstugh no dia seguinte.
 
Ao chegar do lado de fora, o elfo já começa a se posicionar próximo de um beco, com visão para a saída do bar e já torcendo para que Gorlak saia como entrou, sozinho e confiante.
 
Mais uma vez, sempre ele, o mago Lanre começa com frescuras e passa a questionar o motivo de ficarem por ali, desconfiando do que poderia acontecer.
 
Ahman abre o jogo e, inevitavelmente, o mago declara que não irá apoiá-los:
 
> "As teias, mostre a ele. Você também poderia prendê-lo, nem que por um segundo."
 
Vargh hesita por um segundo, ele vê a reação negativa de Huragash e sabe que deveria ouvi-lo, mas a Shadow Weaver estremece em suas mãos quando Ahman pergunta:
 
- Vargh, como fazemos fazer sem o mago para prendê-lo?
 
Todos estão olhando para ele, uma sensação desagradável. Mas o tremor da Shadow Weaver é o suficiente: Ela está do seu lado.
A sorte irá sorrir para eles dessa vez, com certeza. É melhor que o mago não esteja aqui para segurá-lo, ele não é confiável.
 
> "As teias... Experimente o seu novo presente, sinta o poder e demonstre a eles."
 
Tirando os olhos da saída, o monge fala:
 
- Não precisamos dele. Eu consigo prender Gorlak.
 
E, num movimento rápido, a Shadow Weaver se levanta apontando para o mago e o poder é conjurado diante de seus olhos: teias, muitos fios de teias, disparam da ponta da maça em direção ao surpreso meio-elfo e começam a prender seus membros.
 
Por um doce segundo, Vargh sente o início de sua vingança se concretizando, só falta Gorlak.
Mas as coisas desandam e as teias permanecem saindo, prendendo a todos. Em apenas alguns milésimos de segundo, o pobre monge, sem ciência do real poder que tinha, criou um cubo de teias e agora se encontra olhando desconcertado.
 
Rapidamente, ele se movimenta para ajudar a libertar seus amigos, golpeando e forçando os fios do tecido, sem pensar duas vezes.
 
Lanre se liberta e, estressado, começa a se distanciar. Huragash e Gala o seguem, aparentemente chateados com mais uma bagunça e em meio a novos pedidos de desculpas proferidos por Vargh.
 
> "Aprenda e controle seu poder, ele será útil. Ele foi útil, o mago viu que não é o único capaz de pegar alguém desprevenido."
 
Ahman e Jimjar ficam com ele.
 
Os três serão o bastante e a confiança transborda do elfo quando Ahman pergunta:
 
- Quais são nossas reais chances de conseguir, apenas os três, acabar com o Gorlak?
 
O monge, sorrindo com o canto de boca e girando a Shadow Weaver como um bastão entre em sua mão afirma:
 
- 100% de chance. A sorte está do nosso lado!
 
Os olhos de Jimjar brilham:
 
- 100%?! Aposto 5 moedas de ouro que o guarda vai cair em 12 segundos! - afirma, quase automaticamente
 
- Eu aceito essa aposta! Ele cai em 10 segundos apenas - responde Ahman, sorrindo
 
- Fechado e anotado! Somos nós três, eu confio de olhos fechados... quase isso - o gnomo responde apontando para a própria cabeça
 
E, com o sorriso do goblin e apostas do simpático gnomo, eles iniciam a espera.
 
---
 
Após alguns minutos, que parecem anos, Ahman estremece ao seu lado e um cheiro novo toma conta do ar.
 
Antes que entendam o que está acontecendo, a capitã Errde se materializa, as mãos dentro das roupas do goblin e uma conversa desconfortável para Jimjar e Vargh acontece:
 
- Essa não é uma boa idéia. Vocês são procurados e não deveriam estar espreitando o bar nesse momento - pergunta a capitã
 
- Não vamos demorar muito, prometo. Estamos apenas... apenas cuidando de um assunto importante antes de nos retirarmos. - o goblin responde com um sorriso largo, olhando firme para a capitã
 
- Eu imagino o que desejam fazer. não é muito difícil, não é? Vocês não tem juízo, minha reputação está em jogo também.
 
- Calma! Eu sempre posso fazer as coisas mais fáceis para você, minha querida. Pode confiar na minha palavra, seremos rápidos e cuidaremos completamente. Você sabe como eu cumpro o que falo, não é? - Ahman ainda dá uma piscadinha para a capitã, que sorri com o canto da boca, mas consegue se recompor rapidamente
 
Ela endireita o corpo, pensa um pouco e se inclina mais para perto do goblin, falando baixo:
 
- Vamos sair daqui. Podemos passar uma última noite juntos...
 
Enquanto o rosto da capitã está encoberto, Ahman está em foco para Vargh, que vê seus olhos arregalarem de surpresa com a proposta.
 
Por uma fração de segundo, é visível que ele deseja ardentemente aceitar a proposta.
 
Uma olhada rápida daqueles grandes olhos, passando rapidamente pelo gnomo e depois pelo elfo, intrusos em meio àquela conversa íntima, parece fazê-lo mudar de idéia.
Assim como a capitã, o goblin pausa por alguns segundos, as engrenagens da sua mente afiada quase gritando para encontrar uma solução e, com um novo sorriso cheio de dentes, sua voz ressoa macia:
 
- Eu te encontro em alguns segundos. Não posso deixá-los agora, o Vargh disse que temos 100% de chance, é certeza absoluta que vamos conseguir
 
Ahman faz sua melhor cara de cachorro sem dono e volta para o sorriso confiante, galanteador.
 
A capitã o olha, desconfiada. Seus olhos se espremem, mas um suspiro pesado sai de seus lábios.
 
Ela solta o goblin e, virando as costas para a trupe de quasi-deuses, responde:
 
- Quem sabe, um dia, voltemos a nos encontrar. Que seu caminho seja firme como uma rocha, Ahman, meu príncipe. Não foi a nossa hora.
 
Enquanto ela se afasta, Ahman ainda fala em sua direção:
 
- Me dê menos de um minuto. Estarei com você, minha querida.
 
Mesmo sem resposta, o goblin olha confiante para seus amigos. E a atenção de todos se volta para o bar: a espera está acabando.
 
---
 
Nessa hora, Gorlak deixa o bar vagarosamente. Como sempre, ele anda confiante e arrogante, Vargh sente.
 
A escuridão do Underdark o aloja em um canto do beco escuro em que se encontram.
 
Ahman ao seu lado, Jimjar do outro lado.
 
Com um pequeno movimento de excitação, Ahman deixa escapar sua posição e o guarda, ainda sem perder a pose, exclama:
 
- Saia daí, seu pivete! Quer uma balinha? Venha aqui!
 
O goblin acalma Vargh com um movimento de mão e sai do beco, ainda se mantendo nas sombras e deixando apenas uma silhueta visível para Gorlak.
 
*- Venha até aqui, lindo. Eu quero você!*
 
A voz de Ahman soa esganiçada, como se ele tivesse tentado imitar uma voz feminina, mas sua garganta seca de ansiedade (e talvez arrependimento por ter recusado a proposta tentadora de Errde, que já se encontra a 2-3 minutos de distância).
 
O rosto de Gorlak se contorce, sem entender muito bem o que ouviu e estranhando a voz:
 
- Cale a boca e venha aqui, seu pivete! Quer que eu lance algo em você, é?
 
É nesse momento que Jimjar levanta sua besta e acena com a cabeça para Vargh.
Ahman, quase que simultaneamente, também olha para trás e faz um sinal positivo: é hora de agir!
 
O goblin corre na direção oposta do duergar, chamando-o para a armadilha criada, eles o flanquaearão.
 
Quando o guarda se move para uma posição mais aberta e já dentro do beco, a Shadow Weaver se levanta quase que automaticamente de suas mãos e as teias começam a jorrar de sua ponta novamente.
 
Com um rápido movimento, o safado consegue se impelir para frente, entrando ainda mais no campo de visão de Jimjar, mas escapando por alguns pés do pequeno ninho de teias criado.
 
> "Calma, meu escolhido. Elas serão úteis ainda. Confie na escuridão, estou com você e seus fiéis amigos."
 
Jimjar levanta a besta em suas mãos e dispara, mesmo desequilibrado, Gorlak desvia com um jogo de corpo e parte na direção do goblin, sedento.
 
Enquanto ele se aproxima, seu tamanho começa a aumentar e, deixando de ser um pequeno anão escuro, ele passa a um ser do tamanho do elfo, mas forte e armado até os dentes.
As mãos rápidas para um ser aparentemente tão pesado, arremessam a longa lança que carrega em suas mãos, a mesma que usara para ameaçar Vargh, mas agora na direção do pequeno verdinho.
 
Vargh estava certo de que o pequeno seria atingido, mas quase que por milagre, a lança parece atravessá-lo, tirando um fino e ressoando em suas roupas, enquanto uma aura vermelha toma o corpo de Ahman.
 
O duergar olha, incrédulo e confuso, enquanto o corpo do Goblin começa a se desprender do chão, como se a gravidade não existisse apenas para ele.
 
Com um misto de alegria e determinação no olhar, Ahman se impele na parede ao lado em direção a Gorlak, alcançando sua armadura brilhante com as mãos e agarrando-o firmemente.
Um barulho de corrente elétrica alto sai do contato entre Ahman e Gorlak, o Duergar treme e dá um passo para trás.
 
Ainda levitando, Ahman estica os braços e agarra novamente o duergar, já assustado com a reação.
 
Imediatamente, a profecia de Shar se realiza: as luzes alcançam os olhos de Vargh, que boquiaberto vê Ahman atear fogo em Gorlak, armado e muito maior do que sua forma comum.
 
Jimjar, também boquiaberto, exclama:
 
- Caralho, ele é quase um deus mesmo!
 
Sem tempo para pensar, Vargh sai de seu canto no beco e corre em direção a Ahman e a tocha viva que queima ao seu lado.
 
> "Mostre a escuridão a ele, a luz já penetrou sua alma e agora você deve levar minha palavra, a nossa palavra."
 
Vargh levanta a Shadow Weaver e a desce com toda a força.
O golpe acerta em cheio e um arrepio estremece pelo corpo do monge, ele sabe que, agora, o duergar não irá mais reagir.
Novamente, a Shadow Weaver sobe e desce, acertando seu alvo com força e espirrando sangue aos lados, acertando as brancas e finas teias que são iluminadas pelo fogo, enquanto o duergar cai de costas no chão, sem forças.
 
Gorlak grita, cozinhando dentro da armadura, e apenas os golpes parecem trazer o silêncio tão acolhedor que pertence à escuridão de volta aos ouvidos de todos.
 
Vargh olha, satisfeito. Ele sofre, merecidamente.
 
Levantando um pé, pisa no joelho inchado do duergar agigantado, passando por entre as dobras da armadura e sentindo o osso triturar sob seus pés. Novamente, os gritos param com um soluço seco enquanto a dor sai como uma energia do corpo do monge e atravessa Gorlak.
 
Usando o peso de seu corpo, Vargh lança o pé para trás e chuta entre as pernas da armadura, torcendo para não quebrar o pé.
 
A força é tanta que o duergar se arrasta por 15 pés e é arremessado em meio às teias.
 
A bola de fogo armada e engrandecida, agora queima mais com as teias pegando fogo em sua volta e aumentando o calor emanado.
 
Jimjar, rápido no gatilho, tenta acertar o corpo caído e erra, por centímetros.
 
Ahman olha para Vargh, ao seu lado, e com um sorriso contido, dá um tapinha onde sua mão alcança, pouco acima da lombar do monge:
 
- Ele é seu, meu amigo.
 
Tocado pelo goblin, Vargh sente mais uma energia percorrer seu corpo, assim como ele sente quando a Shadow Weaver confirma suas idéias.
 
Ele anda para o lado do corpo caído, agora com pequenos focos de incêndio nas teias restantes, que se desmancham rapidamente.
 
A insígnia da Guarda Rochosa brilha em meio às lambidas da chama e lembram Vargh do primeiro encontro no bar.
 
O elfo se inclina, quase lentamente, alcança com agilidade a pequena medalha e a levanta em frente aos olhos de Gorlak:
 
- Mande um abraço meu à Guarda Rochosa.
 
Fechando o punho em torno da insígnia, Vargh desce a mão com toda sua força e treinamento na boca aberta de Gorlak. O punho passa pelos dentes como se fossem gelatina e alcança o início de sua garganta, com um som abafado de engasgo, o suspiro final é dado.
 
Vargh deixa a insígnia, enquanto tira sua mão do duergar.
 
Ele olha, com um sorriso sádico, para Ahman e Jimjar: ele gostaria de abraçá-los nesse momento, mas se limita a dizer:
 
- 100% de certeza. A sorte está com a gente nessa "noite".
 
Ahman sorri e parte para pilhar o corpo desfalecido, já discutindo com Jimjar sobre a aposta:
 
- Eu contei 10 segundos, hein? - diz o verdinho
 
- Nada disso, eu contei ao menos 18 segundos e apostei que eram 12 contra seus 10. Por aproximação, eu ganho, hein? - responde o gnomo
 
Ahman lança algumas moedas pilhadas do corpo na direção do apostador oficial da trupe e exclama:
 
- Temos que correr! Nossa, a Errde... - ele diz, batendo uma mão na testa
 
> "Talvez, ainda dê tempo. Quem sabe, a sorte sorri para vocês ainda. Seja fiel a quem lhe é, meu escolhido."
 
Vargh se sente energizado ainda, a eletricidade das mãos do goblin ainda percorrem seu corpo e, num ímpeto rápido, ele levanta o amigo do chão, o pegando no colo e passa por Jimjar, indicando que suba em suas costas.
 
Ahman entende o seu objetivo e, por meios que Vargh não compreende, a eletricidade é desligada. Ainda assim, anos de provação como monge deixaram sua marca, ele ainda é rápido e pode alcançar Errde. Ahman merece essa noite.
 
Mais uma vez, o sorriso do pequeno aparece.
 
Ele olha nos olhos de Vargh, quase que tristre.
 
- Talvez não valha a pena, precisamos encontrar o restante do grupo. Não tenho mais muita chance.
 
Vargh, levantando Jimjar e forçando um sorriso de volta, tenta encorajá-lo:
 
- Eu tenho 100% de certeza que consigo chegar até ela por você, meu amigo.
 
Os olhos de Ahman brilham:
 
- 100%???
 
Infelizmente, um apito soa no ar. Alguém percebera o cenário.
 
O brilho some do rosto do pequeno verdinho.
 
Vargh lê a decepção nos olhos dele e Jimjar fala alto:
 
- Vai ou não vai? Se for para empacar, me deixa no chão que não vou acordar na prisão não.
 
Com um semblante triste, Vargh desce Jimjar e Ahman para o chão.
 
O goblin se vira para o monge, olhando para cima já pensativo e com um leve movimento no canto dos lábios:
 
- Ao menos, teremos as boas lembranças da noite de ontem...
 
No fundo, como o calor que apenas as chamas de Themberchaud faz, o corpo de outrora Gorlak ainda aquecido e pegando fogo começa a se apagar. E, mesmo dentro de sua garganta, a insígnia da poderosa Guarda Rochosa se quebra ao meio, derretendo lentamente e se unindo à pasta duerganiana.

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  1. O Retorno
    Vargh, filho de Shar
  2. A história de Velkynvelve
    A História do Underdark: "como um demônio quase destruiu uma sociedade sombria"
  3. A sombra de uma mão
    Vargh
  4. The breaking of a stone by a spider