O Juramento das Almas

O Juramento das Almas foi o acordo feito ainda na Era da Gênese entre Hanu, O Deus da Morte e Kavya, a Deusa da Luz que definiu o destino das almas mortais que deixassem o mundo dos vivos.   Depois que As Quatro Raças Elementais foram criadas pelos seus respectivos deuses, elas iniciaram a construção de seus primeiros templos e cidades, adorando seus criadores e refinando seu domínio de energia elemental. Estima-se que esse período de paz e profunda conexão com os Deuses-Maiores tenha durado milhares de anos e, por mais que saibamos da maior longevidade das raças elementais em relação aos humanos, sabemos que nenhuma delas foi criada para ser imortal.   Surgia então um impasse. O Deus responsável por ceifar vidas, Hanu, O Deus da Morte não estava vinculado ou limitado por nenhum juramento, decreto ou instrução divina em sua função de ceifador de almas. Sendo assim, tinha total e completo poder sobre todas as centelhas de vida que tomava para si, podendo usá-las da maneira que melhor lhe conviessem. Hanu não precisava devolver as almas ao mundo mortal ou agraciá-las com o direito de junta-se ao seu respectivo Deus. Ele poderia aprisionar, absorver ou simplesmente obliterar a centelha de vida sem nenhuma consequência.   Diante desta realidade de rápido acúmulo de poder, Kavya percebe que, caso o poder de Hanu sobre as almas continuasse sem nenhum tipo de restrição, ele se tornaria mais poderoso que todos os outros Deuses juntos, o que representava uma ameaça ao equilíbrio entre as forças que regem o mundo. A Deusa da Luz então, de iniciativa própria, convoca O Ceifeiro para decidir o futuro das almas do mundo.  
Acadêmicos debatem até hoje por qual motivo Kavya não teria convocado os Deuses-Elementais para uma decisão de tamanha importância ao invés de resolver bilateralmente a questão. Algumas teorias menos ortodoxas sugerem que a Deusa da Luz não estava disposta a diluir o poder da decisão entre tantos Deuses do Panteão.
  Nada sabemos sobre como, quando ou onde foi o debate que deu origem ao Juramento das Almas. Não há nenhuma tabuleta, pergaminho ou altar de templo que contenha um texto completo do que exatamente foi acordado entre os dois Deuses. A fonte mais segura dos termos é o semideus Ilamesh, que nos dá poucas informações em sua Epopeia das Eras. Os dois deuses claramente não tinham a preocupação de elucidar os pormenores de seu pacto com mortais, portanto, tudo o que sabemos com certeza sobre o Juramento das Almas é:   Caso o mortal vivesse de acordo com os desígnios divinos, continuaria a auxiliar na luta contra o caos ao lado de seu Deus ou de Kavya, ganhando a imortalidade e a honra de servir diretamente às divindades criadoras até o fim das Eras. Este fenômeno é conhecido hoje como Ascensão.   Caso o mortal se desviasse do caminho dos Deuses, Hanu usaria a energia de sua alma como melhor lhe conviesse, o que poderia significar duas coisas: Obliteração: a alma é totalmente destruída, a consciência e individualidade são perdidos e a energia é usada pelo Deus da Morte em Param. Apenas os indivíduos mais perigosos e poderosos enfrentaram este destino, ou aqueles que foram tão profundamente corrompidos pelo caos que suas almas ultrapassaram qualquer possibilidade de purificação.   Reencarnação: o mortal volta ao plano mundano para redimir suas falhas, pagar por promessas quebradas e cumprir juramentos incompletos. Apesar de não lembrar completamente de suas dívidas passadas, o indivíduo sempre é acometido por visões, sonhos e até intervenção direta que o direcionam à sua missão.  
Fica evidente que a reencarnação é o destino mais comuns das almas mortais. Viver de acordo com os desígnios divinos certamente não é tarefa facilmente cumprida em uma só vida, visto que somos facilmente distraídos de nossa verdadeira missão pelas frivolidades da existência mortal.
  Há ainda uma outra possibilidade que existiu entre o ano 400 da Era Panteônica e o ano 280 da Era do Caos. O fenômeno consistia em uma alma mortal tornar-se divina e adentrar os portões de Unya, como ocorreu com Yamih, Aurélia, Yao, Turã e Apoena. Apoteose, não significa, no entanto, que alma virará um deus do panteão. Há diversos indivíduos que realizaram apoteose nesse período e são considerados Entidades Elevadas, mas não Deuses, como os Sete Guardiões de Mitrânia.