Tyhamarat, o Devorador

O nêmese de todos os mortais aterrorizou o mundo por muitas eras: matou deuses, dizimou reinos e extinguiu espécies. Sua derrota demandou uma improvável confluência de forças divinas e terrenas que iniciaram a era em que vivemos até hoje.
 

Origens e Era da Gênese

 

Surgimento

 
Nos primórdios da criação, quando Os Quatro Irmãos vieram ao mundo com O Grande Despertar, surgiram, ao mesmo tempo, os quatro primeiros Abissais. Não há, até os dias atuais, nenhuma outra explicação para a existência das crias do caos. Muitos teorizam que caos imita vida (ainda que de forma doentia e distorcida), e que quaisquer eventos naturais no mundo são espelhados pelo caos de alguma forma em algum lugar.
 
Se os contos e lendas dos primórdios da Era da Gênese contêm alguma verdade, Tyhammarat era, de longe, o mais poderoso dos quatro Abissais originais: saiu de seu local de “nascimento” sem auxílio algum, feito que nenhum de seus pares supostamente foi capaz de fazer. Começou a devorar tudo o que via pela frente assim que deixou sua prisão: agua, terra, fogo e ar eram igualmente aglutinados e convertidos em energia caótica, somando-se ao seu terrível poder.
 
Sua imagem nos antigos pergaminhos anillas mostram um tipo de anfíbio com uma enorme e desproporcional bocarra repleta de dentes afiados, já nas tabuletas karnadharas, vê-se um olho monstruoso com tentáculos. A forma dracônica que conhecemos de Tyhamarat foi adotada apenas no fim da Era Panteônica, quando ele viu o potencial que os dragões tinham para disseminar o caos no mundo.
   

Tyhamarat e os Quatro Irmãos

 
A saga de Tyhamarat e os Quatro Irmãos é vaga e altamente metafórica. Muitos acadêmicos sequer consideram os versos que falam sobre os primeiros momentos da Criação como "história", preferindo considerar apenas os eventos a partir do surgimento das primeiras raças elementais e consolidação do Primeiro Panteão. Além disso, durante a maior parte dos eventos da Saga, o paradeiro d’O Devorador era desconhecido. O Abissal supostamente nunca se aliou a nenhum de seus pares. Totalmente desinteressado em espalhar energia caótica corrompendo elementais e mais preocupado em consumir energia e acumular poder, O Devorador sempre foi egoísta, orgulhoso e ambicioso. Todos os que forjaram pactos, alianças ou promessa com ele ao longo das eras se viram abandonados ou devorados.
 
Acredita-se que Tyhamarat devorava elementais desgarrados desde que saiu d'O Abismo. Em diversas lendas, é reiterado que os elementais que se separavam de seus pares e aventuravam-se nos ermos do mundo desapareciam ou eram "consumidos pelo caos". É certo de que o Devorador já estava acumulando energias desde então.
 
Sua aparição nos mitos, no entanto, só ocorre no final do conto d'Os Quatro Irmãos, quando ele surge Depois de devorar Io Agni, o elemental primordial do fogo, e sair impune. Tyhamarat desaparece por um longo período de tempo, deixando os elementais do mundo profundamente marcados por seu aterrador poder. Apenas depois do nascimento dos Deuses Maiores O Devorador apareceria novamente.
 
É possível perceber que, durante longuíssimos períodos da história, Tyhamarat simplesmente desaparece. Não sabemos até hoje se ele entrava num estado letárgico de hibernação ou sono profundo que diminui sua presença mágica e caótica, ou se em algum momento ele descobriu um mundo inabitado para esconder-se. O fato de uma criatura tão colossal e detentora de um poder tão assombroso conseguir simplesmente sumir durante períodos tão longos nos leva a crer na segunda opção.
 

Batalha com os Deuses-Maiores

 
Muitos milhares de anos depois, após o nascimento dos Deuses-Maiores, a forte proliferação de vida em Edennia, fruto da união entre Sucellus e Iya, a Mãe-Terra, atrai O Devorador, que surge às portas da grande floresta-santuário para saciar sua infinita fome. Inúmeros vikárins são atraídos pela gigantesca energia caótica que Tyhamarat exalava e, quando os primeiros mahis e jalas avistaram o abissal, ele já estava acompanhado de um exército de elementais corrompidos, como ovelhas arrebanhadas instintivamente pelo seu pastor.
 
A batalha dos Quatro Deuses-Maiores contra o Devorador possui inúmeras versões, cada uma destacando o papel e a importância de um Deus específico nabatalha. É difícil para mortais modernos imaginarem a real escala do poder movimentada nesse evento, que certamente seria suficiente para dizimar reinos inteiros em um piscar de olhos. Tyhammarat é derrotado pela aliança multielemental e foge de volta para o misterioso lugar de onde saíra. O Mundo Só tremeria com sua presença duas Eras depois.
   

Era do caos - O avanço do Rei Dragão

 
Durante seus primeiros séculos, a Era do Caos não fez jus a seu nome. Humanos ainda estavam entendendo a então volátil e poderosa energia arcana, e arte do quimerismo ainda não estava disseminada. O panteão já estava formado e os povos viviam em relativa paz.
 
Nas profundezas de Raksas, no entanto, as influências de Tyhamarat já influenciavam os dragões mais poderosos. Tendo visto o poder de destruição dos dragões na era anterior, O Devorador escolhera quem seriam os líderes perfeitos para seu exército.
Dos artefatos, pinturas e esculturas que mortais fizeram para representar Tyahammarat, certamente o mais antigo é uma tabuleta monástica kanadhara, guardada até hoje em Adros. Ela mostra a bizarra monstruosidade com as seguintes inscrições nas laterais: ...das profundezas, o Devorador surgiu com a fome de mil mundos, e os Deuses tremeriam pela primeira vez.
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