Mais uma carroça

O estalajadeiro em Neverwinter trouxe minha bebida, "tenho algo para você" disse. Apoiei meu cotovelo no bar e rocei as costas do indicador direito na barba, o que poderia ser? Alguém me encontrara? Improvável. Ninguém soube pra onde fui, não cruzei com nenhum Anão durante a estrada, não conversei com nenhum Acólito da nossa fé. Já faz quase um ano que saí de Waterdeep e não há sinais de que o passado tenha resolvido me encontrar. Improvável.
 
Não era nada demais, apenas um trabalho. "Um anão forte, que sabe se cuidar", foi o que ele me disse que disse a quem quer que estava me buscando. Faço muito desse tipo de trabalho que requer quem saiba se virar usando força bruta, desde que cheguei aqui foi só o que fiz, nada de usar o cérebro.
 
Gundreen Rockseeker, o nome de quem buscava os serviços de alguém disposto a alugar seus músculos, alguém como eu. Um sujeito simpático, *warm* como dizem nossos irmãos de montanha, não deixa você não sorrir por muito tempo. Trabalho simples, levar carroça, guardar de quem quiser tomá-la pra si. Levar a uma cidade próxima e pequena, quase abandonada - maior parte pela Via da Espada, estrada larga e bem patrulhada, só a parte final que tomaria um curso menos movimentado.
 
Somos três que levamos a carroça, eu, um pequeno irmão, dentre os mais altos da sua espécie, calado demais para um gnomo, e um draconato enorme, tão alto que teve que abaixar a cabeça para passar pelo portão sudeste na muralha de Neverwinter, Zor, seu nome. Esse povo aí não tinha visto muitos, mesmo em Neverwinter, não sei se são tão altos como ele.
 
Estamos há alguns dias na estrada já, nenhum incidente, ambos parecem boa gente - ambas coisas incomuns nesse tipo de trabalho, ainda mais na nossa época.