Acitra

No início, havia o caos e, para além do caos, acitra.
 

Origem e criação do Mundo

 
Acitra é a força primordial mais antiga da existência. Muito comumente traduzida como "trevas" em alguns pergaminhos antigos, acitra representa não só a escuridão como também o silêncio, o vazio e a convergência. Ninguém criou acitra, nenhuma entidade existia antes dela. Acitra não nasce, não surge, não flui nem explode na existência. Acitra simplesmente é.
 
Em meio a esse infinito mar negro de silêncio e escuridão, havia o caos. Nele, todos os elementos se digladiavam, todas as forças do mundo existiam em eterno e incomensurável atrito. As energias que hoje reconhecemos como os ventos das tempestades, as chamas de um vulcão e a força de um tremor existiam ao mesmo tempo, com a mesma força, em todas as direções e em todos os lugares.
 
Tal estado primordial da existência pode ser encontrado em diversas lendas e contos de povos antigos. Onde quer que se estude as origens do mundo, caos em meio à acitra sempre figura o estado primordial da existência antes de o mundo ser mundo e antes de haver tempo.
 
O acontecimento que realmente inicia a história do mundo é o surgimento de bhava . Este evento tem diversas versões e interpretações a depender do local e da época. Há escritos que dizem que bhava simplesmente "despertou", como uma energia primordial onipresente que sempre estivera ali. Outras tabuletas antigas dizem que "do caos, surgiu bhava", o que dá a entender que ela estava no ovo multielemental que deu origem ao mundo e conseguiu emergir primeiro de seu caótico interior.
 
Independente das interpretações acerca do nascimento de bhava e todas as implicações de seus atos subsequentes, é sabido que acitra sempre fez parte da existência e sempre fará, foi a primeira das forças e, de acordo com alguns acadêmicos seguidores dos Deuses Negros, será a última. Acitra é o silêncio entre os ruídos, a pausa entre os movimentos e a convergência que freia a expansão. Acitra é a energia com o potencial de negar todas as outras energias, pois sua própria existência precede e sucede toda e qualquer manifestação dos outros elementos.
 

Acitra e o conceito de morte

 
Nos primórdios da Era da Gênese, antes do Deus da Morte vir ao mundo, a vida só existia em uma forma: elemental. E os elementais estavam em constante guerra uns com os outros. Água, terra, fogo e ar colidiam uns com os outros com forças descomunais, fazendo do mundo um lugar extremamente hostil para os padrões atuais. E, como não havia energia acitra no mundo, toda vez que um elemental morria, outro elemental de igual poder nascia instantaneamente em algum outro lugar, pois não havia o vazio e o silêncio de seu fim para desacelerar a transformação de energias que sua morte representava.
 
Algo precisava arrefecer o fluxo de energias do mundo. O poder elemental ainda estava caótico demais, e não havia pausa, respiro e silêncio para que bhava pudesse fluir adequadamente. O mundo já tinha noites e dias, fogo e gelo, mar e terra. Mas essas forças opostas estavam sempre em guerra e expansão. A vida só poderia ser valorizada adequadamente diante do fortalecimento do poder da morte.
 
Assim, desperta Hanu, Deus da Morte, o primeiro ser que veio ao mundo sob a égide da energia acitra. Depois de meditar em seu local de nascimento, Hanu começa a ceifar elementais, interrompendo seu frenético e violento ciclo instantâneo de ressurgimento e suavizando o fluxo de energias elementais no mundo. Apenas com essa medida a vida teria mais tarde a chance de continuar evoluindo e tomando outras formas não elementais. Sem a criação de Hanu, os elementais continuariam em eterna guerra e expansão e, como não há expansão infinita, cairiam de volta no caos de onde surgiram. Assim, morte é apenas um dos aspectos de acitra, pois morte também é silêncio e vazio, é a suspensão do pulsar entre uma vida e outra.
 

Princípios da magia acitra

 
Aidha, a Rainha Negra foi a primeira mortal a usar magia acitra. Sua história e antecedentes a levaram a manifestar essa energia principalmente em forma de fogo negro, mas a magia acitra tem infinitas facetas. Aidha ensinaria a seus filhos e discípulos inúmeras maneiras de dominar magia negra, todas girando em torno de três propriedades de como a energia se manifesta no mundo mortal:
 
- Silêncio: magia acitra pode negar outras magias, interrompendo sua manifestação e suprimindo seus efeitos. Magias como exconjurar, desencantar e contramágica são exemplos deste princípio.
 
- Convergência: sua propriedade de trazer para si e reunir energias em expansão faz com que a magia acitra seja eficiente em drenar a força e até a mana de outros seres, assim como puxá-los fisicamente em direção ao ponto onde a magia negra se manifesta.
 
- Desaceleração: uma vez que acitra é o descanso entre esforços, sua energia pode desacelerar o fluxo de mana de seres vivos, essa técnica foi amplamente usada em Eras passadas para aumento de longevidade.
 
Na Era do Caos, os magos fariam inúmeras combinações entre a magia acitra - já disseminada e bem conhecida no norte de Lemúria - e a recém-descoberta magia arcana. Os resultados dessas combinações seriam, em sua maioria, catastróficos, pois a força primordial negra é difícil de controlar e exige sutileza, paciência e precisão, qualidade difíceis de achar na Época da Revolução Arcana.
 

Manifestações naturais

 
Acitra não se manifesta naturalmente de forma física no mundo. Todos os itens mágicos com a energia negra foram criados por humanos entre a Era Panteônica e a Era do Caos, como medalhões, cristais, espadas e varinhas. Todas as outras manifestações de acitra no mundo mortal são por meio de correntes de mana.
Tipo
Metaphysical, Elemental