Humanos

Humanos parecem ser a incógnita da criação, a tela em branco da história. Sem predisposição para nenhuma virtude, vício ou energia, são sempre um receptáculo de condições que lhe são externas, um espelho distorcido de fatores exógenos à sua própria vontade. Iniciam sua jornada no mundo ignorando quase totalmente a existência do Deus que lhes criou, vivendo de maneira predominantemente reativa às outras forças que moldaram o mundo na época.
   

Criação e teorias

 
Não se pode dizer com precisão quando as espécies elementais foram criadas. A maioria das teorias da academia aponta para datas e números que encontram pouco significado na mente mortal de tão vastos. A criação da espécie humana, no entanto, ocorre apenas 100 mil anos antes do início da Era Panteônica.
 
Infelizmente, não há, até hoje, nenhum relato divinamente corroborado sobre como se deu esse fenômeno ou quem foi responsável por ele. As espécies elementais tiveram seu nascimento narrado pelos seus Deuses criadores por meio de seus pajés, sacerdotes, templários e monges em seus primeiros anos de existência. Humanos, por outro lado, vieram ao mundo desprovidos de uma mão guia, sem nenhuma terra sagrada ou protegida na qual tomar abrigo e sem um conjunto de valores, crenças ou energias guiando suas almas.
 
Não há, portanto, um conto, narrativa ou história única que descreva o nascimento dos humanos. Ao longo das eras, surgiram diversas adaptações, algumas delas descaradamente copiadas de outros povos. Apesar de não haver uma resposta definitiva, há algumas teorias que se propõem a explicar mais o ‘porquê’ da criação humana. As três principais correntes de pensamento que surgiram entre a Era Panteônica e a Era do Caos são:
 

Tabula rasa

 
De acordo com esta visão, humanos seriam um “elemento neutro” na criação, uma salvaguarda aos naturais excessos imbuídos nos outros elementos, um ponto de convergência para o equilíbrio entre forças opostas, mas desprovidos de força própria. A existência humana aliviaria os atritos e tensões que se repetiram por tantas eras entre elementos opostos servindo como mediadores. A quinta raça acrescentaria peso na balança toda vez que ela se tornasse desigual, mas, sozinhos, não possuiriam peso nenhum, a importância de sua existência seria totalmente relativa.
 
Essa teoria coloca os humanos num papel passivo entre os mortais, atribuindo os movimentos iniciais das energias que os regem sempre fora de sua existência. Um humano corajoso não exala ou emana coragem de dentro para fora, ele reflete ou reproduz a coragem a partir de experiências que lhe são externas. Apenas um Pavaki é intrinsecamente corajoso. O mesmo se aplica a qualquer defeito e virtude que mortais podem cultivar.
 

O Povo multielemental

 
Ao final da Era da Gênese, cada um dos Deuses teria cedido um pouco de sua energia para um último ato de criação divina. Depois de cada um ter criado seres à sua imagem e semelhança e imuído seus filhos com apenas a sua própria essência elemental, os humanos teriam nascido da confluência de todos os elementos.
 
O foco desta teoria está no potencial humano para multielementalismo. Nenhum outro mortal é capaz de dominar mais de uma energia elemental. De acordo com esta linha de pensamento, humanos seriam seres criados com um pouco de cada elemento, e, por isso, capazes de desenvolver qualquer uma das virtudes das outras espécies se corretamente estimulados para tal. Encarnariam o potencial melhor (e, por consequência, o potencial pior) dos mortais que os precederam, fornecendo a variedade que os elementos e as energias, por si só, nunca poderiam ter.
 
Essa visão é mais palatável aos próprios humanos por atribuir um papel mais ativo e nobre a eles mesmos: a busca das virtudes de maneira plural. Um Yoni, Os Filhos da Terra pode ser extremamente resiliente, mas nunca terá a adaptabilidade do anilla. O humano, entretanto, pode cultivar ambas as virtudes, e ganhar uma sabedoria e capacidade de ordenamento do caos que espécies elementais nunca poderiam ter. Sua maior virtude seria a diversidade.
 

Os mortais cognívoros

 
A lenda mais popular para a origem humana é a de que Medhas, O Onisciente, logo depois de nascer, vem ao mundo mortal com o intuito de aprender sobre a transformação do caos em vida: observa as plantas, os animais e as espécies elementais com centelha divina. Esta observação foi feita a distância, Medhas não interagiu com mortais ou com as entidades que os protegiam. Depois de uma ponderação cuja lógica os humanos tentam até hoje decifrar, O Deus do Conhecimento decide criar uma quinta raça com centelha divina.
 
Esta linha de pensamento prega que humanos seriam a espécie “faminta por conhecimento”. Curiosidade e sede de conhecimento seriam as verdadeiras marcas que os distinguem dos outros seres. A centelha do questionamento e inovação realmente podem ser vistos ao longo da história humana, trazendo bênçãos e maldições à espécie desde sua criação. O não alinhamento a nenhuma energia deixa um vazio na alma humana que sempre precisa ser preenchido, fazendo-os sempre buscar mais, descobrir e renovar. Tendo sido criados por um deus supostamente “Onisciente”, a busca por saber estaria gravada em seus espíritos, como uma tentativa inconsciente de se igualarem ao seu Criador.
 
Essa teoria os singulariza de modo mais acentuado, e é a única que atribui à espécie humana um conjunto específico de valores que as outras não teriam. Enquanto na teoria da espécie multielemental os humanos tentariam reproduzir o que há de melhor nas outras raças, a teoria da raça cognívora atesta que os Filhos de Medhas têm sim um valor intrínseco como seres, e esse valor tem um papel importante no ordenamento do caos. Essa teoria surge apenas com a ascensão de Arcania como potência na Era do Caos.
 
Independente das razões de sua criação, sabe-se que foi no Planalto Central que humanos surgiram e, de lá, se espalharam por Gondwana, às vezes seguindo outras entidades, às vezes seguindo a si mesmos.
 

O Marco Zero

 
Ao longo das Eras, muitos líderes e monarcas tentaram estabelecer o local exato do nascimento dos humanos. Essas tentativas comumente vinham associadas a manobras políticas de consolidação e centralização de poder. Sendo assim, diversos monumentos, castelos e templos foram edificados na tentativa de marcar o berço da quinta espécie. Há acadêmicos que estimam em 37 o número de ´Marcos Zero’ construídos apenas durante a Era Panteônica, a maioria delas destruída nas violentas guerras da era seguinte.
 
Algumas dessas edificações, no entanto, estão de pé até hoje, como O Obelisco Cinzento, na afluente de Zamano a oeste; o Santuário de Ahbran, na cidade de mesmo nome; e, é claro, o próprio castelo de Bernice. Estes pontos contam com grande prestígio e significado histórico até hoje, mas não há nenhum humano na Era da Aliança que insista em eleger qualquer um deles como "O Berço de Toda a Raça Humana".
 
A verdade é que nunca se saberá com total exatidão em que ponto do rio Zamano os humanos vieram mundo. Muito provavelmente em algum lugar entre onde hoje estão Bernice e Kerina.
 

A Lenda das Sete Famílias

 
Outra pergunta comum ao longo das Eras é: quantos humanos surgiram no Planalto Central? Medhas criou um único casal que se multiplicou em algumas décadas? Teriam os humanos uma “mãe” e um “pai” únicos? Ou será que O Onisciente teria criado destarte um pequeno povoado, com algumas dezenas ou até centenas de pessoas?
 
Diferentes teorias surgiam ao longo da Era Panteônica e da Era do Caos, de acordo com o conde mais poderoso da época ou o monarca dominante, sempre envergando a narrativa para legitimar sua própria linhagem no poder. Mas mesmo com a inconstância da curta memória humana, há uma lenda que sempre pareceu permear a cultura dos planaltinos: a Lenda das Sete Famílias.
 
De acordo com essa lenda, Medhas teria criado sete casais de humanos, já adultos em pleno vigor, cada um com características próprias como cor dos cabelos, olhos, feições, etc. Cada um desses sete casais teria tido sete filhos, e cada um desses filhos, por sua vez, teria se casado com os descendentes de outros casais, criando, assim no primeiro século da Era Panteônica, o primeiro povoado humano.
 
Existem diversas variações dessa lenda a depender do local e época, mas ela é incrivelmente consistente, o que sugere que pode ter havido, em algum momento da história, uma revelação divina de tal fato que não ficou registrada na história escrita. É claro que, humanos sendo humanos, há devotos que até hoje rezam e meditam diariamente com o único propósito de conectar-se com Medhas e confirmar a veracidade da Lenda das Sete Famílias, informação essa que nunca foi dada. Tal é a natureza humana.
 

A língua comum: Suposições e teorias

 
O que hoje se conhece por “língua humana” – e que os próprios humanos chamam de ‘língua comum’ – é uma variação distante do que os filhos de Medhas falavam e escreviam nos primórdios da Era Panteônica. O Onisciente aparentemente deu aos humanos habilidade de falar e escrever um idioma que nenhuma das outras quatro raças conhecia. Havia todo um alfabeto gravado divinamente em suas mentes, mas não havia os contos, poemas, canções e lendas que geralmente são o receptáculo desse léxico.
 
É difícil imaginar como foram os primeiros dias da existência humana: sabiam a palavra guerra sem nunca a ter experienciado? Qual sensação que a palavra “caos” causaria em um humano que não conhecia nada além das águas do Rio Zamano? Que imagem viria a mente de um humano com a palavra “Deus”? Será que nenhuma dessas palavras fora pronunciada antes de sua primeira oportunidade, mas permaneceu guardada no fundo da consciência coletiva, apenas para emergir subitamente quando solicitada?
 
Esse paradoxo continua sem resposta até hoje, apesar de longos debates acadêmicos, não há como saber quais termos eram usados antes do Segundo Êxodo, pois nenhum documento escrito daquela época nos alcançou. Hoje a língua humana já contém inúmeros termos dos outros idiomas que já eram falados no mundo, principalmente o yoruh, língua dos yonis, raça com quem mais se miscigenaram ao longo das eras.
 

Domínio da pedra, madeira (-100 mil a 0 E.G.)

 
No fim da Era da Gênese, os pavakis já estavam em sua cidade-fortaleza, Zhária, protegidos pela Fênix ; os Karnadharas tinham Adros, o Primeiro Leviathan, para lhes escudar de quaisquer ameaças no litoral oeste; os anillas, estavam a salvo no topo da Cordilheira das Auroras em seus isolados templos e os Yonis viviam na paradisíaca Edennia, que proliferava com vida em perfeita harmonia. Humanos não tiveram essa sorte.
 
Os primeiros humanos iniciaram sua existência em séria desvantagem. Não tinham garras ou dentes afiados, pele resistente ou sequer magia para se defenderem dos outros animais que já haviam chegado ao mundo antes deles. Os seres que hoje os humanos alvejam com flechas, trespassam com lanças e cortam com a espada representavam um perigo muito maior numa época em que tudo que tinham eram os seus frágeis e ineficientes punhos.
 
Além disso, os inimigos mais perigosos daqueles tempos primórdios ainda não eram dragões, mas sim os temidos vikárins: elementais antigos e poderosos, porém corrompidos pelas forças do caos. De acordo com os registros mais confiáveis de Zhária, um vikárin sozinho era capaz de obliterar dezenas ou até centenas de mortais se nenhum usuário de magia ou portador de item mágico estivesse por perto.
 
Por fim, os elementos, no início da história humana, eram seus inimigos: mortais, indomáveis e imprevisíveis. Humanos congelavam no inverno e cozinhavam no verão, afogavam-se com as águas das chuvas e morriam de sede quando ela não vinha. Eram patéticos, mas aprenderam rápido.
 
Começaram a usar peles de animais, a fazer utensílios de pedra e madeira, a construir cabanas, ocas e tendas e a prever os ciclos da natureza. Ao que tudo indica, durante o Selamento do Abismo, já havia diversas vilas na área central que hoje ficaria entre as cidades de Bernice e Kerina. Não tinham um império, uma grande cidade ou uma cultura pulsante, mas estavam começando a ficar bons em sobreviver.
 

A Chegada de Mitra (2 E.P.)

 
A partir da chegada de Mitra, o Príncipe da Luz ao mundo mortal, não há mais que se falar em 'humanos' como um povo coeso e concentrado em um só local. O Primeiro Êxodo separa os humanos que ficariam na região do Planalto Central daqueles que iriam para o litoral leste com a proteção do Príncipe da Luz. Mais tarde, outro grupo de humanos migraria para o norte com a proteção de Aidha, a Filha da Noite, e outros se juntariam aos pavaki em Zhária para aprender os segredos do elemento fogo.
Características
Talvez a mais notável característica humana seja a sua capacidade para multielementalismo. Dominar diferentes energias elementais é extremamente difícil para humanos, mas impossível para todos os outros seres capazes do uso da magia.

Povos Élficos


Era da Gênese

3000000000 1

  • -100000 E.G.


    Criação dos humanos

    Medhas, depois de observar as quatro raças criadas pelos Deuses-Elementais, cria a quinta raça: os humanos.

    Additional timelines
  • -100000 E.G.

    1 E.G.


    Sobrevivência
    Technological achievement

    Sem domínio de magia nem a proteção de nenhum Deus. Os seres humanos lutam para sobreviver aos elementos, aos animais e aos monstros do caos que vagavam pelo mundo. Fazendo utensílios rudimentares de pedra e madeira, e tentando tirar seu sustento das águas do rio.

Era Panteônica

0 1699

A Era Panteônica durou 1,7 mil anos e, durante esse tempo, diversos mortais lutaram e realizaram grandes feitos com a esperança de se juntarem aos Deuses em sua nova morada.

  • 2 E.P.


    Mitra chega ao Mundo Mortal
    Celestial / Cosmic

    O Príncipe da Luz cessa sua vigília em Ulthara e vai ao mundo mortal. Lá, ele se revela aos humanos e torna-se seu líder, patriarca e mentor.