Aidha, a Rainha Negra

Existe um aspecto importante sobre a história de Aidha ao qual todo bom estudioso deve se atentar: A saga da Rainha da Noite é incrívelmente completa e bem detalhada se comparada ao das outras entidades e seres de seu tempo, não só porque os escribas de seu reino eram diligentes com suas tarefas, mas porque ela sempre foi extremamente aberta com seus seguidores.
 

Origens

 

Nascimento e solidão

 
Aidha nasceu envolta no manto negro de seu criador, dormindo profundamente na quietude das energias Acitra que a envolviam, não se sabe ao certo quanto tempo Aidha passou sozinha em Param. Canções e poemas antigos dizem que a Princesa vagou pela imensidão hostil de seu local de nascimento observando os céus, a terra, as montanhas e cavernas que constituíam o Além-Mundo, deslumbrada com a violência e força das energias que ali reinavam. Aidha caminhou por toda Param sete vezes, e conhecia o local melhor do que seu próprio criador.
 
O Primeiro Deus poderia ter usado qualquer combinação de energias para criar sua filha, visto que ceifara todo tipo de elementais desde os tempos mais primórdios. O porquê de Aidha ter sido criada com tamanha predileção ao fogo será sempre um mistério.
- Rhemo, Supervisor da Biblioteca dos Arquimagos da Aliança.
 
O fascínio foi minguando, dando espaço ao enfado e ao tédio. Uma entidade com tanta energia e tanto potencial não poderia se contentar com um mundo vazio. Logo, a impaciência de Aidha chama a atenção de uma pequena e misteriosa entidade que passava por aquelas terras. Esta entidade revela a existência de um artefato que ela desconhecia: o Umbral Escarlate, mas que só aparecia para aqueles que desejavam atravessá-lo.
 
Não se sabe que mfoi este ser misterioso que atiçou a curiosidade de Aidha. Alguns estudiosos apontam para Nihil, mas ninguém sabe se o Deus da Sorte sequer já havia nascido naquele tempo, tampouco como ele teria conseguido acesso a oAlém-Mundo.
 
Ávida por saber o que o artefato revelaria, a Princesa da noite então concentra-se na descrição do local e medita por incontáveis dias e noites. Quando abre os olhos, vê diante de si o grande arco de pedra vermelha, moldado a partir do próprio Além-Mundo, através do qual o Mestre das Sombras olhava para as almas que buscaria quando a hora chegasse.
   
A Princesa desejou ver o que havia no mundo mortal, e o Umbral se abriu. Primeiro viu os karnadharas, mas os achou fracos de vontade e introspectivos com sua energia da água; depois, lançou seu olhar aos anillas, mas os achou insípidos e enfadonhos com sua energia do ar; logo depois, observou os yonis, mas eram teimosos e conservadores em sua energia da terra; mirou então os pavakis e, apesar de se admirar com a impetuosidade e força de seu fogo, estavam totalmente protegidos pela aura ígnea da grande Phoenix, cujas chamas queimavam a pele de Aidha mesmo através d’O Umbral. Antes que ela pudesse entender a natureza da entidade que escudava os filhos do fogo, Phoenix olhou-a diretamente nos olhos. O medo tomou conta da Princesa da noite, que se afastou imediatamente, cessando a conexão entre o mundo mortal e Param. A princesa percebera que o artefato era uma porta que se poderia se abrir para ambos os lados.
 
A curiosidade e ânsia por ver o desconhecido, no entanto, foi maior que o medo. Aidha se reaproximou d’O Umbral Escarlate e, desta vez, viu o povo que selaria seu destino: os humanos.
 

Os humanos (Fim da Era da Gênese ao século III da Era Panteônica)

 
No Planalto Central, ao longo do rio Zamano ao sul de Zhária, a Princesa da Noite viu as primeiras aldeias humanas lutando contra o frio, a fome e os animais ferozes que outros deuses haviam colocado no mundo. Desprovidos da sabedoria de seu criador, os humanos lutavam com mais ardor e amavam com mais paixão. Totalmente hipnotizada pelo que o Umbral mostrava, milênios se passaram, e Aidha observava atentamente suas aflições e alegrias, vitórias e derrotas, nascimento e morte – torcendo, vibrando, chorando e gargalhando com os humanos. Até a chegada de Mitra no século I da Era Panteônica.
 
O frio e lacônico Príncipe da Luz tornou-se rapidamente o novo líder, patriarca e comandante dos humanos por quem Aidha tanto se afeiçoara, e ela viu, aos poucos, o fanatismo e obstinação do arauto de Kavya, a Deusa da Luz solapar a paixão e o ardor que ela tanto amava.
 
Mas não foram todos os humanos que seguiram cegamente ao seu novo e absolutista semideus. Um grupo de pessoas que discordava da inflexibilidade de seus ensinamentos abandona a relativa segurança das planícies em nome da liberdade e viaja rio acima, contornando Zhária pelo oeste. Durante sua jornada, na calada da noite, os humanos são atacados por uma horda de recém-criadas bestas do caos: tardos.
 
Aflita com a morte iminente de seus adorados mortais, Aidha decide agir: estica seus braços e projeta todas as suas energias num jorro de chamas negras que, ao passar pelo Umbral Escarlate, atinge em cheio as vis criaturas no mundo mortal, matando a maioria e afugentando o restante. Impressionados com o milagre que os salvara, os humanos agradecem à sua salvadora mesmo sem saber sua identidade, pois já sabiam que não fora Mitra quem os acolhera no momento de necessidade.
 
Ao final do Século III E.P., ao chegar no Lago Mitena, os humanos começam a construir suas primeiras vilas. Aidha observa atentamente, por vezes intervindo em ataques de monstros com seu fogo divino, agora já desinibida de usar seus poderes. Suas intervenções reforçavam a devoção dos nortenhos a sua entidade misteriosa e originam os primeiros grupos voltados a cultuar a trindade negra. A empatia com aquela população mortal aumenta ainda mais, fazendo a princesa da noite sentir-se pessoalmente responsável pelos nortenhos. Então, Aidha se pergunta: Se Mitra os guiou, por que eu não poderia?
 
A Princesa da Noite etão atravessa o Umbral Escarlate e adentra o mundo mortal, apresentando-se aos humanos que tanto admirara e protegera.
 

Mundo mortal

 

Chegada e primeiro contato (séculos III e IV)

 
Já existem demasiados contos, canções e poemas acerca deste momento: aos olhos mortais, Aidha simplesmente se materializou no centro do maior aglomerado de humanos em uma noite de lua nova – bela, imponente e perfeita. Os humanos imediatamente entenderam que aquela era sua misteriosa salvadora, ajoelhando-se em devoção absoluta.
 
Nas meses que se seguiram, Aidha ensinou seu fogo negro a todos que quisessem aprender, mas, ao contrário de Mitra, que ditara unilateralmente as novas regras de conduta que ele esperaria de seus seguidores, a Princesa convocou todos os humanos para uma grande assembleia, instigando-os a falar. É possível imaginar o temor e a reserva que todos demonstraram em uma abordagem tão íntima, mas Aidha insistiu e, aos poucos, plantava-se a semente para o modelo de Alto Conselho usado nos reinos nortenhos até hoje.
 
A Rainha também não tardou em experimentar em primeira mão tudo aquilo que antes só pudera observar, incluindo os prazeres do corpo: engravidou poucos anos depois de sua primeira aparição e a identidade do pai era impossível de determinar, uma vez que conceitos como celibato e abstinência foram os primeiros ensinamentos de origem autoritária que a princesa fez questão de abolir.
 
A maioria dos historiadores teoriza que Aidha sempre soube quem seria o pai, mas nunca revelou a informação tanto para não fomentar brigas entre os homens quanto por não saber que implicações isso teria caso fosse convocada por Hanu subitamente. Seu ingênuo sonho era de que, uma vez que ela era a única diferente, todos os outros se tratariam como iguais.
 
No início do século IV, nascem Una e Yaroh: a primeira tornar-se-ia uma deusa extremamente popular, adorada e reverenciada, mais bela entidade do panteão, matriarca da mais longevadinastia que o mundo que o mundo veria; o segundo se corromperia para além da salvação divina, causaria guerras e criaria bestas que até hoje infestam o mundo. A princípio, Aidha e seu povo amavam ambos.
 
Sobre a infância de Una, todos conhecemos: gentil, cortês, bela, e sempre solícita à mãe. Yaroh, por outro lado, era irritadiço, briguento, teimoso e com constante ciúmes e inveja da irmã. Aidha desistiu rapidamente de levar seu filho consigo aos conselhos com seu povo, deixando-o livre para apoquentar os pobres cidadãos enquanto Una acompanhava a mãe pacientemente.
 
É evidente perceber onde esse padrão retroalimentado desaguaria. Una cresceu sensata, inteligente, comedida e paciente. Yaroh tornou-se um jovem pedante, agressivo, egocêntrico e solitário; além disso, Yaroh também seria o mais poderoso.
 

Viagens por Lemúria (Século IV E.P.)

 
Já confiante nas habilidades da filha para gerir o povo que lideravam, Aidha deixa Una responsável pela condução da cidade. As expectativas da mãe em relação à filha eram altas e essa seria uma oportunidade para a jovem testar suas habilidades de liderança.
 
Os incidentes que ocorreriam com Una e Yaroh, nos anos de ausência da Princesa da Noite já são detalhadamente tratados em qualquer livro sobre a Deusa da Noite, focaremos nossa narrativa nas viagens de Aidha durante esse período.
 
Seu próximo destino seria Oran, o grande reino dos karnadharas. A Grande Capital Azul localizava-se ao sul das terras onde os humanos de Aidha estavam construindo suas vilas, e a Princesa da Noite sabia que seria melhor apresentar-se ao representante de seus vizinhos do que esperar um encontro não planejado entre os dois povos que poderia tomar rumos belicosos. Ao chegar na Grande Capital Azul, a Princesa é bem recebida pelos karnadharas, que oferecem todas as honras às quais a princesa fazia jus e a colocam no mais luxuoso aposento do Palácio de Safira.
   
O Palácio de Safira é o mais antigo do mundo, construído antes mesmo do ano 1E.P. Até hoje, grande parte de suas dependências é utilizada apenas em datas sagradas para o calendário karnadhara.
   
Durante sua estadia no palácio, Aidha comeu e bebeu do melhor que o povo-do-mar produzia, assistiu os mais belos espetáculos de hidromantes e bailarinas, além de receber as mais raras pérolas do mar adrino. Deslumbrada com as cortesias, Aidha torcia para que seu interlocutor fosse tão gentil quanto seu povo, e que tantas regalias não fossem apenas uma maneira de amenizar uma iminente recusa em fazer aliança.
 
Seu receio, entretanto, se dissolveu quando encontrou-se com Adros, o Primeiro Leviathan. Criado antes mesmo da Guerra dos Corrompidos e detentor de imenso poder, a grande serpente marinha era a entidade responsável pela proteção do povo karnadhara. Apesar da imponência, Adros escutou pacientemente o humilde pedido de aliança da Princesa, e não tardou em responder que a Aidha podia considerar a aliança feita, que seus povos não entrariam em guerra e que poderia contar com sua ajuda em caso de conflito contra as forças do caos.
 
A Princesa da Noite deixou Oran satisfeita e aliviada, mas suas atividades diplomáticas estavam apenas começando. Com sua confiança renovada, decide ir a Zhária para encontrar-se com a grande e poderosa Phoenix que protegia os pavaki, a mesma que percebera sua energia através do Umbral Escarlate antes mesmo de deixar Param.
 
Ao chegar na Cidade do Sol, entretanto, Aidha descobre que a grande ave morrera e que seu povo não está nem um pouco interessado em contato com forasteiros desconhecidos. Amargurados com a morte de sua protetora, os pavaki estão em guerra declarada contra as forças do caos, em especial os dragões, e há pouco espaço para diplomacia. Aidha decide se retirar antes que os ânimos evoluíssem para um incidente indesejado.
 
Em seguida, Aidha decide visitar Odara, a nova floresta yoni que estava se proliferando entre o rio Zamano e o litoral leste. Desconhecendo totalmente os motivos pelos quais aquele povo havia migrado de Edennia em primeiro lugar, a Princesa da Noite se aproxima vagarosa e cautelosamente, anunciando sua chegada e saudando aqueles que a avistassem primeiro.
 
Hanu ceifara Doyin, Senhora da Mata, ainda na Era da Gênese, causando uma grande cisão nos yonis em Edennia. Aqueles que compreenderam a decisão de Iya de não retaliar e aceitaram o ciclo natural de vida e morte, ficaram. Aqueles que não conseguiram viver em paz com a decisão da Deusa migram para fora do continente de Zyhea com uma semente de Iji, com o idílico sonho de criar o jardim sagrado além do alcance da morte, que, apesar de que nunca se concretizaria, mas fundaria a floresta de Irá posteriormente.
 
Infelizmente, a boa vontade de Aidha não seria maior que o ódio dos yonis pelo seu pai, ainda pungente nos corações dos que deixaram sua terra natal. Os yonis a expulsaram de imediato, dizendo que ela e seus seguidores não eram bem-vindos num lugar onde a proliferação de vida era o maior valor a ser cultivado.
 
Já cansada, mas ainda determinada, Aidha decide fazer sua última visita antes de retornar ao seu povo: Mitra. Mesmo discordando de todos os princípios que o Príncipe da Luz usava para reger seu povo, Aidha sentia-se na obrigação de, no mínimo, apresentar-se pacificamente. Não nutria esperanças de uma aliança ou sequer de uma recepção como a que teve em Oran.
 
O encontro possui muitas versões, há estudiosos que acreditam que foi uma tensa negociação de semanas, com diversos representantes calculando custo-benefício de possíveis concessões e acordos. Outros dizem que as entidades apenas reconheceram oficialmente a existência uma da outra, sem se preocupar com possíveis conflitos dada a vasta distância entre os dois povos. Há ainda, aqueles que dizem que os dois sequer se encontraram fisicamente no mundo mortal, e apenas "sentiram" as intenções e energias um do outro à distância, sendo isso o suficiente para um tácito entendimento de que não havia guerra entre os dois.
 
É curiososo observar que Aidha deixou relatos muito mais completos de suas outras missões diplomáticas. Descrever o conteúdo de seu encontro com Mitra, no entanto, nunca pareceu nas prioridades da Rainha da Noite.
 

O Reinado (Séculos IV a VI E.P.)

 
Ao voltar para casa, Aidha vê que, para sua surpresa, não é Una quem está reinando na sua ausência, mas sim Yaroh, e sua política expansionista e agressiva estava em rota de colisão com a aliança que ela fizera com os karnadharas. O jovem havia instituído treinamentos para usar o fogo negro em guerra, instalado as primeiras forjas mágicas e iniciado a construção de um grande e suntuoso palácio. Aidha exila Yaroh da península, e o jovem revoltado leva consigo seus principais seguidores.
 
Nos anos seguintes, Aidha governaria seus súditos com mais rigidez e austeridade do que antes. Assumindo parte da culpa do desaparecimento de sua filha a si mesma, mas reconhecendo que parte fora o excesso de intimidade dado aos mortais. Ela se declara rainha e decide continuar a construção do palácio que Yaroh iniciara, seus seguidores agora a tratariam com o devido respeito. Apesar de ainda manter um Alto Conselho, sua função meramente consultiva não abre muito espaço para diálogo.
 
  A postura rígida de Aidha diminuiu sua popularidade consideravelmente, isso explica porque, apesar de ter dado seu nome ao reino e firmado as bases de todo um povo, seu nome não é tão lembrado quanto o de Una, que a sucedeu como uma governante sábia e compreensiva, apagando um pouco os méritos da mãe na curta memória humana.
A Rainha Negra, no entanto, não desistira da filha, e continuou mandando grupos de busca para encontrá-la. Estes grupos mapearam a península inteira, toda a costa norte de Gondwana e parte da cordilheira de Raksas. Seus encontros com outros povos da época estão registrados em várias bibliotecas, arquivos reais e catálogos de portos. Apenas no século VI E.P., no entanto, Una voltaria para casa. Apesar dos grandes festejos que seguiram sua chegada, a futura Deusa da Noite trazia uma mensagem importante: dragões.
Depois de Una explicar sobre as criaturas que encontrara, sua resistência ao fogo e suas capacidades, Aidha decide treinar seus mais poderosos seguidores na manipulação da energia acitra. Os primeiros magos negros eram capazes de dissipar e absorver energia mágica e vital de seus oponentes, assim como desacelerar suas correntes de mana e até seu metabolismo.
 

O sacrifício (Século VI E.P.)

 
A península crescia e prosperava, mas, como é recorrente na história do mundo, a proliferação de vida e energia atrai atenção indesejada: Vipra, o Pesadelo Alado, aparece no limiar leste da península. Um dragão colossal de escamas esverdeadas, olhos amarelos e longas garras negras. Uma besta mais terrível do que todas as que os humanos daquela região já haviam visto.
A criatura matou centenas antes que Aidha e Una pudessem revidar. Seus acólitos mais bem treinados também entraram na batalha, e muitos foram rapidamente incinerados pelas chamas da besta. Já cientes de que o fogo negro surtiria pouco efeito nas grossas e resistentes escamas da centenária criatura, todos usaram sua magia negra para debilitar Vipra.
A grande besta revida com toda a sua força, numa fúria de dentes, garras e fogo que só não mataram Aidha, que se colocara na linha de frente – de imediato porque as energias que ela sugara de seu oponente a mantiveram viva. Com todos os magos negros em esforço conjunto, no entanto, a criatura é sobrepujada, que morre sufocada sem mana, sem ar e sem forças.
Todos vibraram com a queda do inimigo aparentemente invencível, mas assim que viram sua rainha cair de joelhos, a euforia da vitória se dissipou. Aidha havia percorrido um caminho intransponível: sugara energias de uma criatura caótica. Se até mesmo Hanu, o Deus da Morte, uma das entidades mais antigas do mundo, precisou refugiar-se no Além-Mundo para purificar-se depois de ter feito o mesmo. Aidha não tinha a menor chance.
Sentindo a morte iminente, ela passa sua coroa a sua filha, olhando-a com orgulho uma última vez antes de morrer. Sua alma não iria a Param, pois a morte de um ser com vastas quantidades de energia caótica oblitera sua alma em seu último suspiro. Aidha sacrificou não só sua vida, mas também seu espírito e sua existência para salvar a filha e também o reino, que receberia seu nome algumas décadas depois.
Children

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Character Portrait image: Aidha, a Rainha Negra by Anna Perci