Lu Jala
Nunca saberemos quem foram os primeiros elementais, como pensavam, agiam ou que tipo de vida levavam. São seres que caminharam sobre a terra eras antes dos primeiros deuses sequer nascerem. É difícil entender como as energias do mundo fluiam em tempos tão primórdios. Tudo que temos - e, certamente, tudo o que teremos - é a Epopeia das Eras , que nos trás a Lenda dos Quatro Irmãos
A Lenda de Lu Jala
De acordo com os escritos de Ilamesh, Lu Jala foi a primeira elemental da água, nascida espontaneamente das energias de Bhava nos primórdios da Era da Gênese, quando o mundo ainda era um lugar bem mais violentos e erráticos. Lu, assim como dos seus irmãos, nasceu com a habilidade de moldar outros elementais iguais a si mesma a partir das energias ainda caóticas do mundo.
Lu era quieta, emotiva e insegura. Recusava-se a deixar a segurança das águas onde fora criada, tampouco simpatizava com a ideia de deixar seus filhos aventurarem-se para longe de sua vista.
Introspectiva e reclusa, qual não foi sua surpresa quando seu irmão Io Agni acusou-lhe injustamente de pregar peças em seus pequenos agnis, levando-os a lugares perigosos e inclusive obliterando alguns deles no processo. Começa, então, a animosidade entre fogo e água. Magoada, ela nada até as profundezas para se isolar, e acaba encontrando, preso n’O Abismo, ninguém menos que Rhemo, um dos quatro primeiros agentes do caos.
Rhemo pede ajuda a Lu para sair d’O Abismo, diz que é um elemental como ela e seus irmãos, e que lá caiu e ficou preso por acidente. Ignorante das reais energias de seus pares por conta de sua reclusão, a elemental acredita em suas palavras e deixa seus jalas cuidando de Rhemo enquanto vai à superfície pedir conselhos a Jun Mahi, a irmã que julgava ser mais sábia.
Por estar mais conectada com o fluxo de energias de bhava, a elemental da terra percebe pelas palavras da irmã que o ser misterioso não é um deles. Rapidamente, as duas voltam ao local apenas para descobrir que todos os jalas haviam sido devorados e que Rhemo escapara de sua prisão. Em fúria pelos filhos perdidos, Lu começa a recriar seus jalas, desta vez focada em vingança e treinando-os intensamente.
A nova postura agressiva da elemental da água é tão súbita que, ao saber dela, Io pensa tratar-se dos preparativos para uma retaliação por seus desentendimentos anteriores. Como é natural do elemento fogo, Io toma a ofensiva, acreditando que atacar antes de ser atacado seria a melhor postura. As consequências de batalhar com uma jala na água, no entanto, não foram levadas em consideração pelo agni. A desvantagem de terreno para o elemental do fogo o obriga a chamar por Khaj Marut, o irmão com quem tinha maior afinidade. O elemental do ar, já influenciado pelo abissal Anáthemus, não hesita em se unir à luta sem antes averiguar suas causas.
A poderosa combinação de fogo e ar então prevalece, e Lu começa a fraquejar diante da desvantagem numérica. Não era a intenção dos irmãos matarem uns aos outros, mas é nesse momento que Anáthemus sorrateiramente aproxima-se e devora a elemental da água, já esgotada com o combate contra seus irmãos e sem energias restantes para se defender.
Jun chega tarde demais para salvar a irmã, mas não tarde demais para vingá-la. Terra, ar e fogo se unem e os três irmãos aniquilam Anáthemus. A morte de Lu, entretanto, deixa Io com tamanho ressentimento que o agni se isola nas chamas de um antigo vulcão, lamentando a perda da irmã.
Em pinturas rupestres antigas, muito provavelmente feitas pelos primeiros habitantes de Gondwana, Lu pode ser vista criando novos elementais a partir das chamas em suas mãos. As civilizações antigas sabiam que elementais eram capazes de criar outros iguais a si próprios e certamente possuiam suas próprias lendas sobre como teriam sido os primeiros seres cientes do mundo.