Jun Mahi
De acordo com os escritos do semideus Ilamesh, Jun Mahi foi a primeira elemental da terra, nascida espontaneamente das energias de Bhava nos primórdios da Era da Gênese, quando o mundo ainda era um lugar bem mais violentos e erráticos. Lu, assim como dos seus irmãos, nasceu com a habilidade de moldar outros elementais iguais a si mesma a partir das energias ainda caóticas do mundo. Jun Mahi era teimosa, orgulhosa e pedante. Criou vida de acordo com os desígnios do Destino, mas a ordenou com disciplina e rigor ferrenhos. Era dura com seus filhos e os punia com severidade quando resolviam brincar com seus pares. Todos os seus breves encontros com seu irmão Khaj Marut renderam amargas discussões: Jun considerava o irmão relapso e irresponsável, e alegava que o elemental do ar envergonhava Destino com sua falta de compromisso. Foi a ferrenha obstinação de Jun com sua missão que a fez perceber os rastros caóticos de arautos do caos entre eles. Seus irmãos, infelizmente, não lhe dão ouvidos e se perdem em conflitos uns com os outros. Com um exército de mahis prontos para a batalha, Jun segue sua intuição e vai às profundezas dos mares, mas sua irmã já havia sido devorada por Anáthemus. Após unir-se com seus irmãos para vingar Lu Jala, Jun explica a seus irmãos a importância da missão que lhes foi conferida. Khaj concorda e a acompanha, assim como os filhos de Lu, mas Io Agni está amargurado demais e se afasta de seus pares para lamentar a perda da irmã que com quem brigara sem motivo. As batalhas contra os elementais corrompidos criados por Rhemo se inicia, e Jun, sempre implacável na linha de frente, começa a cobrar mais empenho e dedicação de seus companheiros. Khaj, no entanto, começa a perceber que as guerras eram tão constantes que eles não se dedicavam mais a criar vida. Jun não daria ouvidos ao irmão a quem sempre considerou irresponsável, e o que era uma discussão vira uma briga, os filhos de Lu imediatamente correm para chamar Io, avisando-o do perigo que os irmãos corriam. Io chegou a tempo de interromper a briga, mas os elementais da terra e do ar estavam debilitados demais para continuar sua missão, e se retiraram para descansar e recuperar as energias. Khaj então é emboscado e devorado por Rhemo e seus lacaios. O reflexo inicial de Jun foi continuar com sua investida violenta contra o caos, mas quando Io abre seus olhos para sua verdadeira missão, Jun percebe o erro que cometera e une-se ao irmão para fazer o que nascera sabendo fazer bem: criar vida. Rhemo é derotado pelas forças combinadas dos filhos dos quatro elementais, mas Io decide poupar-lhe a vida, ato do qual se arrependeria mais tarde. Jun aumenta suas esperanças de que seus pares nunca mais brigariam entre si. Vários de seus filhos, no entanto, não conseguiam retirar o amargor dos conflitos anteriores, e precisavam ser constantemente relembrados de que o caos era seu verdadeiro inimigo. A verdade em suas palavras se evidencia com a morte de Io, traído por Rhemo e devorado por Tyhamarat, o Devorador mesmo no auge de suas forças. Desesperada, sozinha e cansada, Jun percebe que não será párea para O Devorador e os inúmeros vikárins que ainda infestavam o mundo. Decide, então, sacrificar-se e redistribuir sua energia entre seus filhos, relembrando-os do que aconteceu com ele e seus irmãos sempre que se viravam uns contra os outros.Nunca saberemos quem foram os primeiros elementais, como pensavam, agiam ou que tipo de vida levavam. São seres que caminharam sobre a terra eras antes dos primeiros deuses sequer nascerem. É difícil entender como as energias do mundo fluiam em tempos tão primórdios. Tudo que temos - e, certamente, tudo o que teremos - é a Epopeia das Eras, que nos trás a Lenda dos Quatro Irmãos.
Em pinturas rupestres antigas, muito provavelmente feitas pelos primeiros habitantes de Gondwana, Jun pode ser vista criando novos elementais a partir das chamas em suas mãos. As civilizações antigas sabiam que elementais eram capazes de criar outros iguais a si próprios e certamente possuiam suas próprias lendas sobre como teriam sido os primeiros seres cientes do mundo.