O Turbilhão de Zacan
Um observador leigo pode observar as imensas muralhas de Zhária e imaginar como elas são inúteis contra bestas voadoras. Existe, no entanto uma proteção nos céus zharianos da qual poucos têm conhecimento, uma proteção divina lançada sobre a cidade ainda na distante Era da Gênese, e ela nunca foi transposta.
Kezhar, o Grande Pássaro de Fogo, foi a mais bela criação do O Deus-Sol, e era admirado pelos outros Deuses, tamanho era o brilho e esplendor de suas penas. O Pássaro de Fogo iluminou os céus do mundo por muito tempo, e, dos ovos que botou, surgiria a Fênix que hoje é adorada como deusa pelas mulheres zharianas. Mas então houve a Guerra dos Corrompidos.
No fim da guerra, logo depois da queda de Prasmut, Anzu, o Grande Albatroz decide devorar sua criadora Ambara. Oshur e Ambara lutam contra a besta, mas já estão fracos devido a batalha anterior. É nesse momento que Kezhar aparece, pronto para vingar seus filhos devorados pela ave corrompida. O Pássaro de Fogo agarra O Grande Albatroz e o leva para as alturas, sabendo que não tem força suficiente para derrotá-lo ou mantê-lo preso, decide então sacrificar-se para matá-lo. As penas de Kezhar então brilham mais que o Sol, e ele explode numa imensa bola de fogo que reduz Anzu a cinzas.
Ambara, ao ver a extensão da destruição que Anzu causara, é tomada pela culpa: a mais bela das criações fora sacrificada para corrigir um erro seu. Envergonhada, ela então propõe uma maneira de compensar o pai das chamas pela perda de sua criação, e sua proposta pode ser encontrada nos escritos de Ilamesh, O Peregrino:
Tendo os céus como meus domínios, que se estendem por todas as terras e todos os mares, as asas de minhas criações se distanciaram de mim e trouxeram desgraça. A ti, no entanto, nunca mais a dor virá dos céus. Nenhuma criatura, de bhava ou do caos, baterá as asas sob o berço de tua próxima cria.
A próxima cria do Deus-Sol viria depois do Decreto da Criação: os pavaki, que nasceriam aos pés do monte Zacan e lá construiriam uma das primeiras cidades do mundo: Kezhária (em homenagem ao pássaro de fogo, que mais tarde seria chamada de Zhária pelos humanos que a herdaram). Ambara então cumpre sua promessa e cria sua mais poderosa magia: um forte turbilhão mágico de ar que responderia a qualquer tentativa de invasão aérea. Os céus zharianos seriam calmos, suas chuvas cairiam normalmente, e seus ventos soprariam como no resto do Planalto Central. No entanto, se alguma criatura ousasse voar por cima da cidade, ventos mágicos soprariam contra ela, empurrando-a de volta e derrubando-a caso insistisse.
Ao longo das eras, inúmeras quimeras, bestas e até dragões tentariam um ataque aéreo na Cidade do Sol, todos eles, sem nenhuma exceção, fracassariam. Acredita-se que apenas um poder maior do que o da própria deusa poderia transpor a forte magia que protege os céus zharianos. Até hoje, a Cidade do Sol é a única grande capital que não utiliza pombos-correio. Águias e outras aves treinadas sequer tentam levantar voo dentro das muralhas zharianas, como que pressentindo instintivamente as intenções divinas da Deusa, que mantém, até hoje, sua palavra.
Efeito
Qualquer criatura que tentar se aproximar de Zhária pelo ar enfrentará uma forte corrente de ar oposta a direção de seu voo, que ficará progressivamente mais forte quanto mais a criatura insistir em continuar o voo.
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