Ambara, A Deusa da Magia
Nem mesmo os mais sábios magos de Arcania saberão lhe explicar como a entidade que sempre foi Deusa dos Ventos durante longas Eras acabou tornando-se a Deusa da Magia. Qualquer um deles, no entanto, concordam no porquê desse fenômeno: ambição humana.
Origem
Os contos dos primeiros monges dizem que Ambara nasceu de uma ventania que durou sete dias e sete noites, derrubando árvores, agitando mares e remodelando dunas. A própria deusa nunca se pronunciou sobre essa lenda – na verdade, a Deusa-sem-Rosto nunca se pronunciou sobre nada, e todos os pergaminhos e tomos sobre a Deusa dos Ventos são enigmáticos e metafóricos, com inúmeras interpretações possíveis.
Mesmo com enormes lacunas acerca das origens desta entidade, há pontos de sua história que foram elucidados por outros deuses e semideuses ao longo das Eras. O primeiro deles é sua forma – ou melhor, sua amorfia. Ambara nunca adotou uma forma corpórea como os outros deuses. A mais poderosa dos maruts, é representada até hoje por diversos símbolos e letras de alfabetos antigos, mas nenhuma cultura ousou contrariar a vontade da Deusa dos Ventos de não ser associada a um corpo.
Não sabemos nada sobre a relação de Ambara com seus pares, mas há fortes indícios de que Ela nunca chegou a unificar todos os maruts sob sua liderança. A resolução e poder de Ambara teriam chamado a atenção de Oshur, que, por não conseguir chegar a uma trégua com os jalas, precisava ao menos garantir que não sofreria mais perdas com a guerra entre fogo e água. Se a união entre Ambara e Oshur foi uma aliança bélica entre generais ou uma sintonia mais profunda que chegou a dar origem à vida, nunca saberemos.
União com Oshur
O amadurecimento de Oshur e sua posição como lider dos Agni se consolida na sua união com Ambara, e não se sabe ao certo se os conflitos entre água e fogo arrefeceram porque a então Deusa dos Ventos trouxe a Oshur uma nova sabedoria em relação à futilidade da guerra, ou se ambos os deuses combinaram ar e fogo em uma investida tão devastadora que os jalas preferiram se render.
As escrituras também não deixam claro quais exatamente foram as criações fruto dessa inédita combinação de elementos, apenas que elas ocorreram. Uma vez que praticamente todas as criações do Deus-Sol já estão extintas hoje, essa informação permanece um mistério.
Batalha com Tyhamarat
Em algum momento da Era da Gênese, todos os Deuses Antigos participaram de uma grande batalha contra O Devorador . Qual o papel exato que cada um teve nela, no entanto, ainda é incerto. Os poucos registros que se tem deste colossal embate já estão distorcidos por eras de sacerdotes e reis altamente interessados em inflar a importância do próprio Deus neste embate épico entre caos e vida.
Pela primeira vez unidos, fogo, água, terra e ar expulsam Tyhamarat do Berço de Iya. O Devorador foge para as beiras do abismo de onde saiu, mas sua obliteração ainda demoraria milênios para acontecer.
As esperanças numa aliança imediata entre os quatro elementos, entretanto, são dissolvidas quando ninguém consegue chegar a um consenso em relação a quem lideraria a empreitada. Os elementais suspenderiam os atuais conflitos entre si, mas ainda era cedo para dizer que estavam em perfeita harmonia.
Anzu, O Grande Albatroz
Ambara teria criado quase todas as aves e seres que povoam os céus, e sua primeira criação teria sido Anzu, o Grande Albatroz, uma ave de proporções e apetite tão vastos que nenhuma outra criatura mortal foi capaz de predá-la. A intenção d’A Deusa-sem-Rosto ao inserir tanta energia em uma só criatura é um mistério até hoje. A história nos mostra que o poder absoluto não costuma ser a ferramenta mais eficiente de criar vida.
A quantidade de energia despendida pelo Grande Albatroz para simplesmente voar era tão grande, que o consumo dos poucos e pequenos animais presentes no mundo não era o suficiente para saciar sua fome, a fauna do mundo era uma balança com todas as criações dos deuses de um lado e Anzu do outro.
O Grande Albatroz então abocanha uma presa maior: um mahi. Este evento despertaria a fome de Anzu por energia elemental e a ira de Iya.
Quando Ambara percebe que sua criação está fora de controle, já é tarde demais. A Deusa procura O Grande Albatroz em vão, Anzu já estava se aventurando em locais perigosos e corrompidos pelo caos na sua insana e destrutiva caçada. O Grande Albatroz devora um elemental corrompido e os eventos que levariam à Guerra dos Corrompidos começam a se desenhar.
Guerra dos Corrompidos
Prasmut, um forte elemental corrompido pelo caos, ataca Ambara enquanto ela está a procura de sua criação desgarrada. Os outros Deuses vêm ao seu auxílio, e mobilizam seus elementais para a batalha. Não sabiam, todavia, o quanto Prasmut ampliara seu poder e quantos outros elementais (de todos os tipos) ele já corrompera. O que pareceu um conflito isolado, rapidamente escalonou para uma grande guerra. Ao final, já cansados e desgastados ao fim do conflito, os deuses são surpreendidos por Anzu, que já se convertera em um amálgama caótico de energias destrutivas. O Grande Albatroz atacou sua própria criadora, que foi salva por Zhar, o Pássaro de fogo criado por Oshur que se sacrificou para reduzir a cinzas a criação distorcida da Deusa-sem-Rosto.
A culpa que Ambara sentiria pela morte do Grande Pássaro de Fogo, e o sentimento de dívida para com Oshur faria com que a Deusa-sem-Rosto criasse o O Turbilhão de Zacan como forma de compensação ao Pai das Chamas. Essa poderosa da magia até hoje protege a cidade de Zhária.
A Criação dos anillas
Usando a força dos quatro ventos, uma pena de cada uma de suas aves e o sopro da vida (O Quinto Vento), Ambara cria os anillas. Temerosa devido aos acontecimentos passado, a Deusa-sem-Rosto faz o inesperado: não dá asas a sua criação.
Os anillas, raça descendente do Deus da Magia, nunca chegaram a domesticar aves, pois estas eram criação de sua Deusa, devendo ser respeitadas e veneradas: destruir um ninho ou matar uma ave era um grave crime. A falcoaria, os pombos-correio e a criação de aves domésticas são costumes humanos que tiveram início no terceiro século da Era do Caos.
O Símbolo da Deusa-sem-Rosto é incirvelmente consistente ao longo das eras. Desde as escrituras talhadas nos primeiros templos monásticos até as anotações do mais jovem magos de arcãnia, a Essência Trina é a representação de Ambara desde muito antes de se tornar Deusa da Magia Arcana, e não possui nenhum tipo de variação.
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