Reino-Arcano de Lorunnia
"Reino" não é bem a palavra para descrever esse lugar. O Rei é uma figura protocolar, cujo único poder é decidir o menú dos banquetes oficiais. O poder de verdade está com os Arquimagos do Alto-Conselho, que não só dirigem a Academia de Magia (fonte do prestígio e dinheiro da ilha inteira), mas que também conseguiram a proeza de manter Lorunnia neutra em literalmente todas as guerras que Gongwana já presenciou.
Origens (Era Panteônica)
Primeiros Assentamentos
Pouco se sabe sobre os primeiros mortais que viveram na ilha que hoje chamamos de Lorunnia. Os registros mais antigos de habitantes no local foram feitos pelos anillas de Wayrur ainda no Século I da Era Panteônica, e sugerem que o local - então chamado de Killa pelos filhos do vento - era habitado por comunidades pesqueiras adoradoras de algum Deus desconhecido.
Com o tempo, o comércio entre navegantes de Wayrur e pescadores de Lorunnia se intensificou, e os anillas chegaram a mandar monges para ensinar a filosofia da Deusa-sem-Rosto aos locais, e também treinar novos aprendizes. Todos esses esforços, no entanto, foram em vão, pois o fervor dos locais com seu misterioso Deus deixava pouco espaço para influências externas.
A Chegada de Yaroh
No século IV da Era Panteônica, o semideus mais poderoso da época chegou à ilha de Lorunnia depois de ser exilado pela própria mãe. Yaroh, O Corrompido desembarcou na ilha com seus seguidores e deu aos locais duas escolhas: juntar-se a ele ou morrer. Não demorou muito para que ele tivesse controle total sobre a ilha e seus recursos, que incluíam pedras e metais preciosos. Estes recursos financiariam, ao longo das décadas seguintes, a expansão de sua frota de navios e a construção de sua massiva fortaleza no extremo leste da ilha.
O semideus alterou profundamente a realidade da ilha, construindo estradas, portos e ensinando sua corrompida magia apenas a seus mais fieis seguidores. Lorunnia deixou de ser um pacífico reduto de pescadores para se tornar um polo de comércio de escravos, gemas e ouro. A destruição e sofrimento causados por Yaroh não tardaram a chamar atenção, no entanto, e o semideus foi traído e morto no século VI E.P. pelos seus próprios conselheiros após ser derrotado por Niara, A Deusa do Perdão.
Guerra Civil e intervenção de Mitrânia
Yaroh deixou Lorunnia em um estado deplorável de caos, corrupção e atrito. O Alto Conselho que comandava a ilha era feito pelos mais poderosos, implacáveis e cruéis de seus seguidores, e todas as estruturas que o semideus havia criado continuaram, a princípio, em pleno funcionamento: escravidão, tráfico e pirataria na costa leste de Gondwana. A desconfiança e sede por poder, no entanto, rapidamente fez com que os líderes se virassem uns contra os outros, o que levou a uma guerra civil de proporções tão grandes, que Mitrânia decide intervir.
Há poucos relatos nos anais de Mitrânia sobre essa intervenção, que ocorreu menos de uma década depois da morte de Yaroh e Niara. Imagina-se que, diante da morte da mais adorada e carismática figura da Cidade branca, não tenha sido uma operação sutil ou comedida.
Ao final do Século VI E.P., Mitra é morto em combate e as tropas de Mitrânia são retiradas para focar na defesa e reconstrução da Cidade Branca. O vácuo de poder deixado é preenchido pelos principais comerciantes da ilha, que formam um novo Alto Conselho, que refletia mais os interesses das guildas de artesãos, ferreiros e navegantes do que o antigo fanatismo do semideus corrompido. A dureza da ocupação mitraniana, no entanto, deixou suas marcas nos locais, que se preocparam em reforças suas defesas e garantir sua independência.
Aliança com anillas
O Alto Conselho percebeu rapidamente que apenas poder mágico garantiria a integridade da ilha. A opção mais óbvia seriam os anillas na ilha Wayrur ao norte. As negociações foram bem sucedidas: de um lado, os monges da Cordilheiras das Auroras poderiam construir templos, espalhar a palavra da Deusa dos Ventos e compartilhar seu conhecimento mágico. Lorunnia, por sua vez, fornecia grãos, metais e embarcações de qualidade aos monges nortenhos. Esta intensa relação durou séculos, gerando alta miscigenação entre os povos. Ao final da Era Panteônica, Lorunnia tinha uma cultura pulsante, portos movimentados e um Alto Conselho eficiente. Foram tempos áureos, até o início da Era do Caos e a Guerra das Quimeras.
Fundação da Academia (Era do Caos)
Guerra das Quimeras e Magos no Alto Conselho
Com o advento da magia arcana e a criação desenfreada de quimeras no século I E.C., os conflitos nos extremos norte e sul de Gondwana cresceram rapidamente. As guerras dos autointitulaods Reis-Magos não tardaram a chegar em Lorunnia, que tinha interesse em aumentar seu poder poder sem abrir mão de sua independência. Assim, o Alto Conselho ofereceu enormes vantagens econômicas para magos que estivessem dispostos a defender a ilha. Durante a famosa Guerra das Quimeras, que devastou grande parte da costa leste de Gondwana entre os séculos II e III E.C., Lorunnia permaneceu neutra e com uma estratégia predominantemente defensiva.
Ao fim da Guerra, alguns dos magos mais proeminentes que haviam acumulado riqueza e prestígio foram aceitos no Alto Conselho, e em poucas gerações depois, o óbvio aconteceu: os magos atingiram a maioria e dominaram completamente o Alto-Conselho. Ser rico era uma vantagem inegável no jogo de poder local, mas ser rico e poder conjuras magias devastadoras é uma posição contra a qual não havia competição. No século IV, o Alto Conselho já era composto exclusivamente por magos e a economia da ilha ia tão bem que eles decidiram fundar sua própria academia de magia.
Construção da Academia e A Grande Convergência
A Academia de Magia de Lorunnia ficou pronta no século V E.C., e treinou inúmeros magos que viriam a ocupar posições de poder importantes nos principais reinos de Gondwana. Exaltados por suas capacidades diplomáticas, carisma e poder de negociação e persuação (em contraste com o pensamento mais técnico e lógico de Arcania), os magos lorunnianos tinham enorme influência política, agindo comumente como mediadores em conflitos e disputas de senhores de terra e até reis. Esses anos de glória, no entanto, duraram poucas décadas, pois no início do século VI veio a Grande Convergência.
O massacre em massa de magos que se seguiu à Grande Convergência foi especialmente prejudicial á Lorunnia, que tinha a maioria de seus membros em missões representativas, de pesquisa e de estudo em terras continentais. A Academia só não caiu porque o trabalho diplomático que o Alto Conselho semeou ao longo dos anos garantiram um número bom de aliados e recursos para se proteger, além disso, para aliviar tensões com reis e lordes que tinham sua confiança em magos abalada, foi criada a figura do Rei do Alto Conselho, uma figura meramente protocolar que nunca teria real poder.
A Grande Guerra
Quando Tyhamarat, o Devorador começa sua onda de devastação já no século X E.C., Lorunnia permanece fora dos conflitos, oferecendo apenas recursos e abrigo para os afetados, mas poupando seus magos do campo de batalha. Os temores do Alto Conselho de um ataque aéreo de dragões era grande demais, e Lorunnia mais uma vez concentra seus recursos e esforços em defesa, e os milhares de refugiados de guerra na porção norte do continente elegem a ilha como destino principal para escapar da destruição dos dragões.
Apesar da enorme pressão por parte dos outros reinos, Lorunnia nunca envia magos ao conflito, e se limita a fornecer navios e subsidiar alimentos. Alguns magos da academia encaram a luta contra Tyhammarat como uma obrigação de todo e qualquer mortal, e se voluntariam para a guerra, mas estes foram uma minoria que não só teve que custear suas próprias despesas de viagem, mas também abriri mão de seus títulos acadêmicos e cidadania lorunniana. O ressentimento com a não participação mais ativa na guerra deixa Lorunnia fora da Aliança dos Cinco, mas o Alto Concelho nunca pareceu se arrepender ou hesitar em sua postura de não intervenção.
Dias Atuais (Era da Aliança)
Nenhuma guerra de grandes proporções ocorreu na Era da Aliança. Lorunnia mantém a sua postura de não intervenção e, apesar de não ter nem de perto a influência e o poder de Arcania, continua sendo uma Academia respeitada e reconhecida por sua tradição e solidez. O constante histórico de migrações fez da ilha uma mistura de povos, linguas e culturas existente em poucos lugares de Gondwana. O intenso comércio com a costa leste, principalmente com Zhária e Mitrânia continua a ser o motor da economia.A Chama Azul de Lorunnia representa o poder arcano do reino e a inventividade dos magos que o comandam. Tornou-se o símbolo oficial do reino após a Guerra das Quimeras, quando era pintado ou costurado nas capas daqueles que eram enviados para a batalha.
Yuraq Quispe foi, de acordo com os anais da própria Academia, a maior Arquimaga do Alto Conselho de Lorunnia. Mais conhecida como Yuraq, a Justa pelos seus conterrâneos, foi a mulher que planejou e organizou as defesas da ilha durante a Grande Guerra e que decidiu abrir os portos aos refugiados.
Tipo
Geopolitical, Kingdom