Acredito que o Senhor dos Mares é muito respeitado até hoje não porque intervenha em assuntos mortais, mas porque seus domínios são tão vastos e desconhecidos, que nenhum mortal é capaz de se sentir totalmente confiante ao se afastar da segurança que a terra firme proporciona.
— Rhemo, Supervisor da Biblioteca dos Arquimagos da Aliança.
Origens
Nascido em meio aos violentos redemoinhos de águas hoje desconhecidas, o Deus dos Mares quase não conseguiu sair de seu caótico berço. Ao contrário de seus
pares, Oúne nasceu pequeno e com poucas energias, e jalas maiores estavam mais preocupados em garantir sua própria saída das profundezas do que se arriscar ajudando o minguado elemental que seria de pouca ajuda no grande embate com os
agnis então liderados pelo invencível
Oshur e sua irmã Ágira.
O Turbilhão da Gênese
Escrituras antigas sugerem que o redemoinho do qual surgiu Oúne está em algum lugar para além da Voragem. Todas as embarcações que tentaram chegar a seu suposto berço, no entanto, nunca retornaram.
Oúne consegue distanciar-se das correntes marítimas de seu berço e chega ao litoral de Gondwana. Ao fazê-lo, no entanto, usa quase todas as suas energias. Exausto e sozinho, o jovem jala se esconde numa caverna, e lá permanece por inúmeras noites e dias recuperando suas energias. Com o tempo, Oúne começa a aguçar sua percepção, e sente os desequilíbrios que os elementais estavam causando ao guerrear entre si.
Oúne sente o forte embate entre fogo e água, e pensa em juntar-se à luta para ajudar seus irmãos, mas receia não ser forte o suficiente e desiste.
Oúne percebe então os rastros de caos deixados pelo
Devorador, e pensa em sair para caçá-lo, mas receia não ser forte o suficiente e desiste.
Até hoje a carpa é um dos animais mais venerados por diversas culturas como símbolo do Deus dos Mares.
Depois de incontáveis dias e noites, Oúne concentra-se no ponto a partir do qual sentia a maior proliferação de vida:
Edennia. Percebendo então que não poderia mais ignorar sua missão de transformar caos em vida, Oúne decide deixar a segurança de seu abrigo e ir de encontro aos
mahis que estavam fazendo seu trabalho tão bem. Se não estava em condições de enfrentar sozinho seus inimigos, começaria sua jornada garantindo seus aliados.
União com Iya
A Grande Gênese
Chegando a Edennia, Oúne foi bem recebido pelos mahis então liderados por
Iya, dada a histórica predisposição que água e terra têm para entrar em sintonia. Oúne passa seus conhecimentos à Mãe-Terra: a inutilidade da luta entre elementais, e os perigos que a proliferação do verdadeiro inimigo: o caos, representava. Iya, impressionada com os conhecimentos de Oúne acerca de tantas diferentes energias, propõe uma união, e desta união surge a vida não elemental no mundo.
Presume-se que, apesar de haver montanhas, mares e vulcões, apenas elementais habitavam o mundo naqeuele tempo. A união entre terra e água cria uma nova vida no mundo: as plantas e os animais.
Não demorou para que diversos jalas fossem atraídos pela bem-sucedida aliança de Oúne. Entrar em comunhão com a terra parecia uma perspectiva melhor e mais produtiva do que as intermináveis guerras contra o fogo. Logo, diversos elementais que antes desprezavam Oúne por sua fraqueza e covardia, agora pediam seus conselhos e sua permissão para se juntar a ele.
Alguns destes jalas, entretanto, eram sobreviventes da batalha em que foram derrotados por Oshur e
Ambara, e traziam a sede por vingança consigo. Oúne e Iya se recusavam firmemente a usar suas forças para batalhar contra outros elementais. Alguns destes se resignavam e aceitavam seu novo e pacífico propósito, mas outros preferiram se separar e nutrir seus sentimentos de vingança, o mais forte destes elementaias inconformados era Prasmut, e ele lideraria uma guerra devastadora posteriormente.
A Batalha com Tyhamarat
Em algum momento da Era da Gênese, todos os Deuses Antigos participaram de uma grande batalha contra
O Devorador. Qual o papel exato que cada um teve nela, no entanto, ainda é incerto. Os poucos registros que se tem deste colossal embate já estão distorcidos por eras de sacerdotes e reis altamente interessados em inflar a importância do próprio Deus neste embate épico entre caos e vida.
Oúne e Iya foram supostamente os primeiros Deuses a entrar no combate, pois Tyhammarat teria atacado a Edennia, atraído pela proliferação de vida do local. Oshur e Ambara teriam se juntado a eles posteriormente e, pela primeira vez unidos, fogo, água, terra e ar expulsam Tyhamarat do mundo. O Devorador foge para o abismo de onde saiu, mas sua obliteração ainda demoraria milênios para acontecer.
As esperanças numa aliança imediata entre os quatro elementos, entretanto, são dissolvidas quando ninguém consegue chegar a um consenso em relação a quem lideraria a empreitada. Os elementais suspenderiam os atuais conflitos entre si, mas ainda era cedo para dizer que estavam em perfeita harmonia.
Oúne então volta aos mares onde nascera para assumir sua posição de líder dentre seus pares, pondo um fim à guerra direta entre jalas e agnis. Nunca mais elementais opostos lutariam diretamente em grande escala.
Adros, o Primeiro Leviatã
A mais poderosa e longeva criação do Deus dos Mares foi uma serpente de incomensurável poder. Os motivos para Oúne criar um ser tão forte são um mistério até hoje. Alguns alegam que o Deus já sabia que a próxima grande ameaça viria das profundezas do mar, e queria garantir um forte general para travar uma guerra iminente. Outros dizem que Oúne apenas respondeu defensivamente à mais assustadora criação de Ambara:
Anzu, o Grande Albatroz. Nenhuma confirmação divina foi obtida até os dias atuais.
A influência de Adros não só nomeou o reino que protegera, como também o mar que habitava. O Primeiro Leviatã chegou a dar origem às Sete Serpentes do Mar, das quais três ainda vivem nos dias de hoje, e estão entre as mais antigas e poderosas entidades vivas no mundo.
Guerra dos Corrompidos
Prasmut era um poderoso elemental da água que fora corrompido pelo caos. A medida em que sua energia caótica cresce, maior é sua influência sobre os outros elementais suscetíveis ao desequilíbrio, e sua corrupção se espalha, criando os primeiros
vikárins - elementais caóticos.
O ùltimo Vikarin
Grande parte do conflito teria ocorrido na Voragem, onde os vikárins espalharam sua corrupção para as criaturas marinhas criadas por Oúne, proliferando diversos monstros que até hoje habitam aquelas profundezas.
Assim que percebem que as forças do caos estão em ação, Oúne e Iya se mobilizam. A maior das criações de Prasmut - Athra, o Kraken - já estava nas profundezas distorcendo as criações do Deus dos Mares. O exército de monstros marinhos causou enormes baixas para O Deus dos Mares antes da vitória contra os corrompidos.
O Decreto da Criação e os Karnadharas
Acredita-se que, em algum momento da Era da Gênese, todos os Deuses entraram em consenso sobre criação de vida no mundo. Até então a vida existia em forma elemental, vegetal e animal, mas os animais não possuíam a centelha divina, sendo assim, não podiam usar magia e não tinham vontade, apenas instinto.O Decreto da Criação teria sido a ação coordenada dos Deuses Antigos para criar seres de carne e osso que possuíssem vontade (como os elementais já possuíam), sendo, portanto capazes de pensamento e magia.
Oúne molda os karnadharas com sua energia divina: a raça fundadora mais diversa de que se tem registro: são tantos tons de pele, fisionomias e habilidades diferentes que um observador leigo julgaria se tratarem de raças distintas. Apesar da enorme variabilidade, o povo do mar não teve conflitos tribais ou guerras internas em toda a Era da Gênese e Panteônica. O crescimento do povo-do-mar seria vertiginoso, dominando quase que totalmente a costa oeste de Gondwana.
O descobrimento dO Abismo
Antes mesmo do Decreto da Criação, três das sete serpentes criadas por Adros haviam sido enviadas para buscar sinais de Tyhamarat no oceano: Zaya, Cikura e Cadira. Esta última vaga até encontrar um rastro de energias caóticas o qual decide seguir. Cadira encontra
O Abismo , berço do caos e dos abissais, o verdadeiro fim do mundo.
O Abismo
Desavisada e inexperiente, Cadira aproxima-se demais do Último Umbral e é obliterada. Adros, profundamente conectado com suas filhas, percebe a morte da Quinta Serpente e, presumindo sua localização, avisa ao Deus dos Mares do ocorrido. Oúne vai pessoalmente investigar o local onde Cadira desaparecera, e vislumbra a abissal fenda de onde os Abissais acessavam o nosso mundo.
O Deus dos Mares então retorna para contar aos seus pares, sobre sua descoberta. Um Segundo Concílio é convocado, e todos os deuses decidem selar O Abismo de uma ver por todas. Eles vão imediatamente ao seu limiar e, juntos, iniciam o processo de selamento: uma colossal magia coletiva multielemental cuja magnitude nós mortais nunca seremos capazes de conceber. Esta seria a primeira e última vez que todos os Deuses Criadores uniriam forças para, no mundo mortal, combater o caos.
O selamento do Abismo dura XXXX anos e durante este período – considerado por muitos estudiosos como a ‘Aurora dos Mortais’, as raças criadas pelos Deuses se expandiriam, criando os contornos dos primeiros grandes reinos e impérios do mundo.